segunda-feira, 9 de maio de 2011

Porto do reconhecimento...


No início do século XX um casal de missionários norte-americanos, após de três décadas servindo à igreja na África, retornava para os Estados Unidos. No entanto, no mesmo navio estava também o então presidente Teddy Roosevelt retornando de uma temporada de caça no continente africano.
Já no momento de embarque o coração do missionário ficou grandemente incomodado ao ver uma grande multidão acenando ao som de uma banda. Tudo aquilo fazia parte da festa de despedida para o presidente que havia vinda para a África, por algumas semanas, para caçar alguns animais. Aquela imagem inquietou seu coração e o acompanhou ao longo da travessia do Atlântico.
Mas, chegando ao porto de Nova Iorque, tudo o que foi intensificado quando percebeu que ali também existia uma grande multidão e uma festa havia sido preparada para receber de volta o presidente. No entanto, para eles que haviam dedicado mais de três décadas de serviço missionário naquele continente, não havia ninguém sequer para recebê-los e dar-lhes boas vindas.
Eles, então, desembarcaram completamente desapercebidos, pegaram suas coisas e se dirigiram para um pequeno e velho apartamento no setor leste da cidade de Nova Iorque. Foi quando o missionário rompeu o silêncio e disse à sua esposa:
"Não é justo! Sacrificamos nossas vidas no serviço do Senhor, gastamos os melhores anos de nossoas vidas numa terra distante, enfrentamos imensas tribulações e adversidades, e até mesmo perdemos e enterramos alguns de nossos filhos naquele lugar. E depois de tudo isso, o que encontramos quando chegamos em casa? Que tipo de honra recebemos ao voltar para casa? Alguém nos esperava para reconhecer nossa dedicação e serviço?"
Ouvindo as palavras de revolta de seu marido, a esposa tentou de alguma forma consolá-lo dizendo:
"Querido eu sei que não parece justo. Depois de tantos anos de dedicação, nossa volta para casa deveria ser acompanhada de algum reconhecimento. Mas este não me parece ser o sentimento que devemos ter no coração. Vá até o quarto, converse com Deus sobre isso e vejo o que ele tem a dizer."
E ele então foi, ajoelhou-se à beira da cama, sozinho. Ficou lá por um bom tempo e, quando saiu, seu semblante estava mudado. Sua esposa percebeu que algo tinha acontecido. Então, ele perguntou:
"O que aconteceu?"
E ele respondeu:
"Eu me ajoelhei e chorei diante de Deus. Declarei que não havia achado justo chegarmos em casa, depois de tantos anos de dedicação, sem qualquer reconhecimento. Mas, enquanto dizia tudo isso, foi como se Deus tivesse se inclinado e colocado sua mão no meu ombro, para me dizer: "Mas, meu filho, você ainda não chegou em casa!"."

Retirado de AGRESTE Ricardo "Revisão de vida; para viver e não se arrepender".