sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Liberdade




Nem sempre o vencedor é o que ganha! Difícil entender essa linha de pensamento né?
Uma lógica sem lógica, e por isso, estranha e completamente sem nexo para a humanidade competitiva e autodestrutiva.
Ganhar de alguém é fácil! Treine como ninguém; se esforce bem mais do que os outros; abra mão de festas e baladas; se concentre para cada prova; busque bons patrocínios; se prepare para cada novo desafio; e tenha em mente sempre a vitória.
Agora eu quero ver quem consegue perder sabendo que pode ganhar, e mais, quem é bom o suficiente para ganhar de si mesmo! (dos seus próprios desejos e anseios)
O Apóstolo Paulo, que foi o maior missionário da era cristã, disse:
Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo.  (Romanos 7.19)
O pecado alterou a nossa natureza, de tal maneira que somos como que escravos de nós mesmos e das nossas vontades egoístas.
Quando nos deparamos com nós mesmos, como Paulo, percebemos o quanto somos maus! Vivemos um tipo de uma liberdade assistida! Estamos livres, mas somos detentos. Quer ver uma boa prova disso? Pense... Quantas vezes você arquitetou o bem e realizou o mal?
Há pouco falava com um amigo sobre liberdade. (do tipo que cantamos: Eu sou Livre... )
Afinal, do que, ou de quem, somos livres? 
Se a nossa liberdade cristã se resume em ser livre pra correr, pular, gritar, ou dançar, nos vem a mente uma pergunta: Qual é a diferença da nossa liberdade para a “do mundo”? (aparentemente nenhuma, pois, pular, correr, gritar, (..) os “não cristãos” também fazem)
Pensando sobre a liberdade, acredito que o evangelho nos traz a proposta exata sobre este tema.
Jesus diz:
E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará. Eles lhe responderam: ‘Somos descendentes de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém. Como você pode dizer que seremos livres?´ Jesus respondeu: ‘ Digo-lhes a verdade: Todo aquele que vive pecando é escravo do pecado. O escravo não tem lugar permanente na família, mas o filho pertence a ela para sempre. Portanto, se o Filho os libertas, vocês de fato serão livres.  (João 8.32-36)
Para Jesus, a nossa liberdade está ligada ao fato de sermos livres/libertados de nós mesmos, e do pecado que habita em nós. Ele explica que essa liberdade só pode ser alcançada pela fé Nele e em seu sacrifício, mas Ele também mostra, em sua própria vida, as implicações de uma vida livre.
Ao que parece, Jesus está querendo formar uma comunidade de “libertados”, ou seja, pessoas que são tão livres de si e do pecado, que estão dispostas a amar e a se doar de uma forma que o mundo não conhece.
Eu não sei se o Igor é cristão, mas a sua ação é de alguém livre. (por isso ficamos tão espantados com um ato tão simples) A liberdade de alguns constrange o mundo, pois vai de encontro com os seus principais valores e ideais.
Qualquer pessoa em sã consciência ganharia a prova, e ainda diria: Ele perdeu porque foi tonto, desatento, e prepotente! (com direito a hashtag - #EleMereceuPerder #FoiBurro #Idiota #VêSeAprende #NuncaMaisBrincaNumaDessa #EsseChorou)
Eu não acho que o Igor merecia ganhar. Ele ficou atrás a prova inteira, no entanto, o critério de vitória da prova aponta como vencedor aquele que chega primeiro, e não o que permanece mais tempo na liderança. Sendo assim, a vitória seria justa, mas não merecida.
Uma mente livre age em favor da justiça, e é capaz de se alegrar ganhando a derrota. 
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Nem sempre o vencedor é o que ganha! Difícil entender essa linha de pensamento né?
                                                    Daniel M. Coelho