sábado, 24 de maio de 2014

A VIDA É UM SOPRO ETERNO


A vida é um sopro, pois pelo sopro a vida é vida e é eterna, pois se estabelece no sopro do eterno.
A eternidade não é uma opção! 
“Opção” é decidir a forma em que viveremos a eternidade.
A eternidade também não se afirma no futuro!
Ela se fundamenta no presente eterno. Então ela não será, ela é.
Por que estou escrevendo sobre isso?
Cada vez mais me apaixono pela forma com que os cristãos decidiram viver.
*e por cristãos entendem-se os seguidores de Jesus o Cristo, e não a massa gospel evangélica...
Desde que me deparei com alguns textos de Atos, principalmente Atos 7, e Atos 16.19-37, tenho sido confrontado com essa forma cristã de ser em meio às dificuldades.
Em Atos 7, Estevão é capaz de orar pelos que o apedrejavam.
“Então, ajoelhando-se, clamou em alta voz: Senhor, não lhes imputes este pecado! Com estas palavras, adormeceu”. Atos 7.60
No 16.19-37, dois cristãos são humilhados em praça pública, apanham injustamente, são arrastados para a prisão, jogados nas piores instalações daquele cárcere, têm seus pés amarrados a uma viga (em borá não tivessem condições físicas para fugir), e mesmo sem forças ou aparentes motivos para agradecer a Deus, eles começam a cantar e orar!
“Por volta da meia noite, Paulo e Silas oravam e cantavam louvores a Deus, e os demais companheiros de prisão escutavam”. Atos 16.25
Quem é que os ensinou sobre esse estilo de vida?
Não pode ser ninguém a não ser o próprio Messias. Que se chamava Jesus, mas que é o Cristo justamente por essa capacidade de vida, que, posteriormente, é transferida para os que seriam denominados “cristãos”.
Os cristãos continuariam a viver como o Cristo, ensinando e desfrutando sobre a paz que excede todo o entendimento. E que traz a capacidade de alguém sofrer em paz.
Esses relatos não aconteceram apenas no passado! Ainda hoje, cristãos continuam com essa forma de vida.
Caiu na internet um vídeo incrível onde mais um cristão ensina o que é a vida, que não necessariamente está ligada as circunstancias ao redor e sim à convicção da eternidade.
Agora um pai vai gravar um vídeo se despedindo da sua filha de apenas 7 meses de vida, e vai lhe dizer que Deus cuidará dela todos os dias da sua vida!
Vejamos: Ele está com câncer há 3 anos, não teve nenhuma melhora, tem uma filha linda, uma esposa maravilhosa, sabe que vai morrer, e ao invés de murmurar, vai agradecer a Deus pelos 27 anos que viveu, esperando que sua filha siga o mesmo caminho.
O que é isso?
Os não cristãos vão julgar esse aparente distúrbio nos dizendo que vivemos uma esperança cega e que seremos desiludidos após a morte, pois nunca ninguém voltou para contar.
Vamos por parte:
Em primeiro lugar, consideremos que vivemos uma utopia cega e sem sentido! Me respondam então o que é melhor: Se desesperar com tudo o que acontece a nossa volta, ou saber descansar em qualquer circunstancia?
Quem é que pode lidar com o câncer terminal dessa forma, alguém que lança suas perspectiva no futuro, ou que tem convicção de quem é e pra onde vai no presente?
Em segundo lugar, como é que você vai me dizer que ninguém voltou para contar, sendo que quem voltou para contar dividiu a linha histórica em dois tempos: O que vem antes, e o que vem depois dele? (só pode ser alguém que já era antes e que se manifestou num tempo específico, para nos mostrar quem de fato Ele é, e como nós podemos ser)
Não quero discutir religião, quero apenas desfrutar a benção da convicção de ser quem sou em Cristo. E assim, descansar o presente eterno que tenho Nele.
Daniel Coelho

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Segurança


Geralmente quando falamos de segurança, logo nos vem à mente uma “tranquilidade” no amanhã, que na verdade sempre está ligada ao que nós temos programado para o furuto. Nesse sentido, segurança está firmemente entrelaçada ao que temos de nós, para nós mesmo.
Por exemplo, sentimo-nos seguros quando dormimos sabendo que temos muito mais do que o suficiente. Observe, e se necessário discorde de mim, mas o suficiente deveria ser tão somente o que eu preciso hoje, mas se transformou no que eu precisarei amanhã.
Assim, o suficiente é pouco, ou quase nada!
Esse é um pecado um tanto quanto antigo. Relembre a caminhada do povo de Israel, e perceba que algumas pessoas tiveram a capacidade desobediente de guardar o maná enviado pelo próprio Deus.
“Disse-lhe Moisés: Ninguém deixe do maná para a manhã seguinte. Eles, porém, não deram ouvidos a Moisés, e alguns deixaram do maná para a manhã seguinte; porém deu bichos e cheirava mal”. (Êxodo 16.19-20)
Isso mostra que o amanhã sempre transmitiu insegurança. E nessa perspectiva, a nossa segurança se esforça em repousar na aparente tranquilidade que nós mesmos construímos.
Esse medo dos antigos, é também um medo dos discípulos de Jesus.
Ao analisar as palavras de Jesus, vamos perceber o quanto Ele se esforçou em ensinar sobre este tema aos seus discípulos. E nesses ensinamentos Ele trraz de volta o caráter da segurança.
Ele diz: “Nada leveis para o caminho: nem bordão, nem alforje, nem pão, nem dinheiro; nem deveis ter duas túnicas”.  (Lucas 9.3)
E ainda: “ A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que manda trabalhadores para a sua seara. Ide! Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa, nem alforje, nem sandálias; e a ninguém saudeis pelo caminho”. (Lucas 10.3-5)
Ou: “Não andeis, pois, a indagar o que haveis de comer ou beber e não vos entregueis as inquietações. Porque os gentios de todo o mundo é que procuram estas coisas; mas o vosso Pai sabe que necessitas delas”. (Lucas 12.31-32)
Difícil entender esta inversão, pois como alguém pode viver seguro sem bolsa, sem pão, sem dinheiro, e até mesmo sem uma troca de roupa?
Me parece que para Jesus, segurança é não ter absolutamente NADA que nos garanta o amanhã! 
Para Ele, andar tranquilo é não saber o que nos sobrevirá no amanhã! E estar sossegado, é, não ter, sem duvidar que nada nos faltará!

Sendo assim, estar seguro é desfrutar da benção de confiar na provisão diária de Deus. E a segurança transita no ambiente  do contraste entre a aparente incerteza humana, estabilizada na certeza de Deus. 
                                                                                                                                     Daniel M. Coelho

sexta-feira, 28 de março de 2014

QUEM DEVE ORAR POR QUEM? Nós por eles, ou eles por nós?

https://www.youtube.com/watch?v=MDBdJ-XsDro
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(Sem dúvida nenhuma, um dos vídeos mais cruéis que eu já assisti. Se você não suporta ver cenas fortes, fique apenas com leitura do texto).
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Acabo de entrar no FB e ver vários amigos pedindo oração pelos os cristãos que vivem na Síria. Cliquei no vídeo, e antes mesmo do termino, me perguntei: Quem deve orar por quem? Nós por eles, ou eles por nós?
Se a nossa oração é feita em favor das famílias que perdem pessoas tão queridas, sim, nós estamos orando por eles!
Se a nossa oração é feita para que o evangelho conquiste aquela nação, sim, nós estamos orando por eles!
Se a nossa oração é para livrá-los dessa perseguição e sofrimento, não, eu não posso orar por eles. (mesmo querendo fazer).
Espantado com essas palavras?
Eu também fico! Ao ponto de ter medo de escrever!
Mas dentro das minhas crises “teológicas-vivenciais”, hoje construo a minha consciência, entendendo que se existe alguém disposto a nos propor a vida (terrena) ao invés da morte por causa do evangelho, esse alguém é o diabo.
Repito: tenho por mim que o diabo está interessado, e talvez até empenhado em nos livrar da cruz.
Observe dois textos bíblicos que relatam as palavras de Jesus:
“Quem me serve precisa seguir-me; e, onde estou, o meu servo também estará. Aquele que me serve, meu Pai o honrará. Agora meu coração está perturbado, e o que direi? Pai, SALVA-ME desta hora? NÃO; eu vim exatamente para isto, para esta hora. (João 12.26 e 27)

“Desde aquele momento Jesus começou a explicar aos seus discípulos que era necessário que ele fosse para Jerusalém e sofresse muitas coisas nas mãos dos líderes religiosos, dos chefes dos sacerdotes e dos mestres da lei, e fosse morto e ressuscitasse no terceiro dia.
Então Pedro, chamando-o à parte, começou a repreendê-lo, dizendo: "NUNCA, SENHOR! ISSO NUNCA TE ACONTECERÁ!”Jesus virou-se e disse a Pedro: "Para trás de mim, SATANÁS! Você é uma pedra de tropeço para mim, e não pensa nas coisas de Deus, mas nas dos homens".
Então Jesus disse aos seus discípulos: "Se alguém quiser acompanhar-me, NEGUE-SE a si mesmo, tome a SUA cruz e siga-me.
Pois quem quiser SALAVAR a sua vida, a PERDERÁ, mas quem PERDER a vida POR MINHA CAUSA, a ENCONTRARÁ. (Mateus 16:21-25)
Apesar de angustiado, Jesus não roga por seu livramento. Ele prefere obedecer ao Pai e continuar a sua caminhada até a cruz! Ele tem consciência plena do seu propósito e também do projeto de vida para os seus seguidores!
Jesus é direto! Se alguém tem a vontade de segui-lo, deve pegar a sua CRUZ, e caminhar até o seu Calvário! Ou seja, o destino do cristão é explicito > A CRUZ <.
Uma das bem aventuranças contadas por Jesus, e por sinal, a última, vai nos ensinar que a felicidade verdadeira se encontra nas oportunidades de sermos perseguidos pelo seu nome!
Bem-aventurados serão vocês quando, por minha causa os INSULTAREM, PERSEGUIREM e levantarem todo tipo de calúnia CONTRA VOCÊS. ALEGREM-SE E REGOZIJEM-SE, porque grande é a recompensa de vocês nos céus, pois da mesma forma perseguiram os profetas que viveram antes de vocês". (Mateus 5.10-12)
Quem deve orar por quem? Nós por eles, ou eles por nós?
Na atual situação evangélica do Brasil, peço aos cristãos da Síria: Orem por nós, porque nós é que estamos morrendo!
Nós que barganhamos com Deus!
Nós que vivemos num dos seis países mais ricos do mundo, e assistimos sentados em nossas igrejas a injustiça contra os pobres!
Nós que preferimos a “prosperidade” pregada pelos atores da televisão!
Nós que não sabemos o que é perseguição por causa de Cristo!
Sim, orem por nós!
Nós que brigamos pelo poder eclesiástico!
Nós que gastamos mais tempo brigando entre as nossas denominações, do que a favor do órfão e da viúva!
Nós que continuamos pecando todas as vezes que oramos o “Pai Nosso”, afirmando na pratica que o pão não é, e nem pode ser nosso, porque é meu! Pois, continuo retendo muito mais, do que distribuindo!
Nós que gastamos milhões construindo templos luxuosos para o nosso próprio conforto, e que ainda temos a coragem de dizer que é para o nosso Deus, e que se é para Ele, devemos dar o melhor!
Vocês não sabem o que nós vivemos aqui, e isso é até bom. Porque aqui, ser cristão é pop! Ser cristão, é estar nos programas de TV! Ser pastor, chega a ser Status! Por aqui temos até o troféu da promessa... É, acredite! Aqui o cristão mais “top” ou “pop” ganha troféu e dinheiro, ao invés da cruz!
Não peçam muitas noticias do nosso evangelho, porque nós não sabemos onde ele foi parar...
Sim, orem por nós, e se der tempo, venha nos visitar para nos ensinar o que é ser cristão, e como que se vive a igreja.

Assinado: um evangélico brasileiro.

quinta-feira, 20 de março de 2014

AQUI DENTRO!


Diariamente tenho me surpreendido com minha facilidade de pecar, e com a maldade do meu coração. Chego a fugir do silêncio, porque ele me atemoriza quando me vejo! 
Compartilho sempre das palavras do Ap. Paulo que diz: “Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo.”
É imensurável a distância que existe entre as coisas que penso/falo das coisas que faço. As intenções são boas, o planejamento de vida é saudável, o discurso é bem elaborado, mas a pratica muitas vezes está ligada ao pecado!
Uma das coisas que mais me entristecem hoje é que, na teoria, e no coração, tento preferir o bem do outro, mas nessa luta com o “EU”, perco para mim mesmo, deixando como vencedor a parte que detesto em mim!
A esperança é que a cruz seja a minha principal arma para derrotar o Daniel que existe em mim. E que nesta luta, o Cristo mate dia a dia o meu “EU”, revigorando e fortalecendo o nós que vive em mim.
Fazendo com que a assim, a oração ensinada por Jesus tenha sentido aqui no meu quarto, e ai, do seu lado.
Pai nosso,

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Padre reformado?


Recentemente o Padre Fábio de Melo fez algumas afirmações que ecoaram nos corredores da Igreja Católica! Em uma de suas pregações ele afirma que:
“Em muitos lugares o cristianismo está sendo nivelado por baixo! É um cristianismo sendo reduzido a medalhinhas!
A Teologia sendo reduzida por devoções vazias! A devoção mariana, sendo excessivamente colocada, quando Maria está sendo colocada fora do lugar dela, tomando o lugar do Cristo! Isso não é cristianismo!
A liberdade consiste em você olhar para a santidade de Maria, de você rezar com ela, para que o tempo todo Cristo prevaleça entre nós. Porque o que nós não podemos mais admitir a experiência de um cristianismo sem o Cristo! É Cristo que nos salva! É Cristo que nos resgata! É Cristo que nos liberta!”.
(Veja o vídeo na integra http://www.youtube.com/watch?v=SPf3vMUiWRs )
O site agorapb.com.br publicou um artigo dizendo que o referido padre está sendo perseguido por sua própria igreja, pois essas e outras afirmações parecem contradizer a tradição e teologia da ICAR.
Observei uma pequena movimentação no FB e comecei a pensar sobre isso! Diria, a princípio, que essas afirmações são realmente bombásticas, no entanto, devem ser pensadas dentro de toda a fala do Fábio.
Para ele, Cristo é o único mediador, e nisso estamos juntos, no entanto, mesmo lendo os escritos de Paulo, ele ainda considera que devemos orar com Maria.
Olhando para a Palavra de Deus, não encontro ao menos um texto que favoreça esta fala do padre, e acredito que nem ele! Mesmo assim, ele permanece com esta ideia infundada (biblicamente falando) e vai se confundindo entre a o que a Bíblia nos diz, e o que a tradição de sua igreja diz!
Fica difícil dialogar com pessoas que colocam a Palavra de Deus em pé de igualdade com uma tradição humana. Falo isso, pois nós os evangélicos, principalmente os que pertencem às igrejas históricas, corremos este mesmo risco! Podemos sim confundir a Palavra de Deus com as nossas estruturas e tradições.
Por isso, não me empolgo tanto com o vídeo, mas admiro a coragem do padre e o seu fervor espiritual.

E você, o que acha?