quarta-feira, 6 de março de 2013

UMA IGREJA RELEVANTE, ENTENDE O SACRIFÍCIO



Leitura: Lucas 10:25-28


Contexto:
Jesus está mais uma vez expondo a Palavra e o mestre da lei se dirigi a ele com a finalidade de testá-lo.
Duas coisas são muito interessantes nessa ação.
1-    Ele se levanta: O ato de se levantar, naquela época, demonstra muito respeito. Levantar-se significa que a pessoa a quem vamos nos dirigir é digna de muito respeito.
2-    Ele chama Jesus de mestre “Rabi”: O mestre reconhece a posição de Jesus, ou pelo menos, o iguala a Ele, que também era mestre.

Problema:
No meio do diálogo, nasce a pergunta, que parece simples mais é contraditória: “Que farei para herdar a vida eterna?”.
Consideramos contraditória esta pergunta, pelo fato de ser uma conversa entre judeus, que muito bem sabiam que o conceito de “herdar” a terra, no AT, ou a vida eterna, no NT, é uma dádiva de Deus. Essa pergunta traiçoeira só fortalece a tese de que a sua única intenção era a condenação de Jesus.
Jesus não responde a essa pergunta, pelo contrário, joga a responsabilidade de resposta para o mestre da lei perguntando: “O que está escrito na lei? Como interpretas?”. O mestre responde muito bem, demonstrando que a sua teologia era aparentemente muito boa, mas que apesar disso ele ainda não havia entendido o sacrifício. Ele busca por seus próprios méritos negociar o inegociável, fazer algo para herdar a vida, sendo que tudo o que podemos fazer para isso é crer no sacrifício de Jesus.
Ele não havia entendido que por causa do Éden, todo o nosso ser foi afetado pelo pecado, e que se dependesse de nós, nunca buscaríamos a Deus e nem seríamos aceitos por Ele, ou seja, o mestre da lei ainda não tinha entendido o sacrifício.

Problema atual:
Quando olhamos para a história cristã e para a nossa realidade “evangélica”, percebemos que muitos ainda não entenderam o sacrifício e por isso ainda vivem a buscar, por seus próprios méritos, um relacionamento com Deus, ou ainda, a vida eterna.
É fácil perceber hoje que em muitas igrejas tudo converge para alguém ou para alguma coisa, menos para o sacrifício, o que é um grande problema.

Resolução do problema:
O que Jesus está nos mostrando, é que amar a Deus e o nosso próximo nessa intensidade é impossível.
Nós bem sabemos que por causa do pecado original, não existe nenhuma chance de alguém amar a Deus e ao próximo desta maneira. Logo, o que se deve fazer para herdar a vida eterna é crer, entender, e descansar no sacrifício de Cristo.
Precisamos entender que o plano de redenção através do sacrifício, vem antes da fundação do mundo, e que somos alvos do amor de Deus, e não Ele alvo da minha fidelidade.

Conclusão:
O texto continua a partir de outra pergunta: “Quem é meu próximo?”.
Jesus conta uma parábola que responde perfeitamente esta pergunta. Mas antes de irmos mais a fundo na parábola, era extremamente necessário respeitar a ordem do texto e aprender que só quem entende o sacrifício, está disposto a se sacrificar pelo outro, ou ainda, que só quem sabe o quanto foi amado, pode lutar por aquele que foi desprezado.
Amar a Deus e ao próximo na intensidade do texto não é um caminho para se chegar à vida eterna, e sim um caminho daqueles que já vivem a eternidade.

Daniel M. Coelho