terça-feira, 15 de outubro de 2013

DIA DOS PROFESSORES


No dia dos professores, escrevemos em nome dos nossos representantes, que como sempre, “esqueceram” de nos representar.
Queremos primeiramente agradecer a todos vocês pelo empenho e serviço a sociedade, por continuar inexplicavelmente acreditando no progresso do país.
Em segundo lugar, rogamos a todos vocês - que apesar da gritante falta de apoio - que não parem de lutar pelo nosso país, pois vocês, mais do que ninguém, sabem o poder da Educação.
Por último, e não menos importante, pedimos desculpas a todos vocês! As razões são diversas e não podem ao menos ser enumeradas, mas queremos tentar resumir tudo num pedido de desculpas pela falta de respeito que temos diariamente com vocês.
Os baixos salários, a falta de incentivo, as condições precárias das escolas, a falta do material básico, a arrogância de muitos alunos e também de seus pais, as promessas não cumpridas, entre outros, são apenas fatores que demonstra o quanto vocês passaram a ser cada vez mais menosprezados por todos nós. Desculpas... (?)
Mesmo assim, acreditamos piamente na vocação de ensinar, e sabemos que sem a educação e a cultura, o nosso país continuará favorecendo a ignorância, que caminha rapidamente para a desigualdade.
Por isso, fica aqui, de modo singelo, o nosso MUITO obrigado!
Que Deus abençoe a todos os professores do Brasil.
#DiasDosProfessores #Parabéns
Daniel Martins Coelho 

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Liberdade




Nem sempre o vencedor é o que ganha! Difícil entender essa linha de pensamento né?
Uma lógica sem lógica, e por isso, estranha e completamente sem nexo para a humanidade competitiva e autodestrutiva.
Ganhar de alguém é fácil! Treine como ninguém; se esforce bem mais do que os outros; abra mão de festas e baladas; se concentre para cada prova; busque bons patrocínios; se prepare para cada novo desafio; e tenha em mente sempre a vitória.
Agora eu quero ver quem consegue perder sabendo que pode ganhar, e mais, quem é bom o suficiente para ganhar de si mesmo! (dos seus próprios desejos e anseios)
O Apóstolo Paulo, que foi o maior missionário da era cristã, disse:
Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo.  (Romanos 7.19)
O pecado alterou a nossa natureza, de tal maneira que somos como que escravos de nós mesmos e das nossas vontades egoístas.
Quando nos deparamos com nós mesmos, como Paulo, percebemos o quanto somos maus! Vivemos um tipo de uma liberdade assistida! Estamos livres, mas somos detentos. Quer ver uma boa prova disso? Pense... Quantas vezes você arquitetou o bem e realizou o mal?
Há pouco falava com um amigo sobre liberdade. (do tipo que cantamos: Eu sou Livre... )
Afinal, do que, ou de quem, somos livres? 
Se a nossa liberdade cristã se resume em ser livre pra correr, pular, gritar, ou dançar, nos vem a mente uma pergunta: Qual é a diferença da nossa liberdade para a “do mundo”? (aparentemente nenhuma, pois, pular, correr, gritar, (..) os “não cristãos” também fazem)
Pensando sobre a liberdade, acredito que o evangelho nos traz a proposta exata sobre este tema.
Jesus diz:
E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará. Eles lhe responderam: ‘Somos descendentes de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém. Como você pode dizer que seremos livres?´ Jesus respondeu: ‘ Digo-lhes a verdade: Todo aquele que vive pecando é escravo do pecado. O escravo não tem lugar permanente na família, mas o filho pertence a ela para sempre. Portanto, se o Filho os libertas, vocês de fato serão livres.  (João 8.32-36)
Para Jesus, a nossa liberdade está ligada ao fato de sermos livres/libertados de nós mesmos, e do pecado que habita em nós. Ele explica que essa liberdade só pode ser alcançada pela fé Nele e em seu sacrifício, mas Ele também mostra, em sua própria vida, as implicações de uma vida livre.
Ao que parece, Jesus está querendo formar uma comunidade de “libertados”, ou seja, pessoas que são tão livres de si e do pecado, que estão dispostas a amar e a se doar de uma forma que o mundo não conhece.
Eu não sei se o Igor é cristão, mas a sua ação é de alguém livre. (por isso ficamos tão espantados com um ato tão simples) A liberdade de alguns constrange o mundo, pois vai de encontro com os seus principais valores e ideais.
Qualquer pessoa em sã consciência ganharia a prova, e ainda diria: Ele perdeu porque foi tonto, desatento, e prepotente! (com direito a hashtag - #EleMereceuPerder #FoiBurro #Idiota #VêSeAprende #NuncaMaisBrincaNumaDessa #EsseChorou)
Eu não acho que o Igor merecia ganhar. Ele ficou atrás a prova inteira, no entanto, o critério de vitória da prova aponta como vencedor aquele que chega primeiro, e não o que permanece mais tempo na liderança. Sendo assim, a vitória seria justa, mas não merecida.
Uma mente livre age em favor da justiça, e é capaz de se alegrar ganhando a derrota. 
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Nem sempre o vencedor é o que ganha! Difícil entender essa linha de pensamento né?
                                                    Daniel M. Coelho 

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Nós somos UM


No sábado, 24/08, tive a oportunidade de participar do 1º Congresso do UMADCLI, com o tema REFORMADORES EM UM NOVO TEMPO. Foi um evento organizado pelas igrejas da Assembleia de Deus de Limeira-SP. Havia aproximadamente uns 400 jovens naquela chácara e ali passamos o dia.
O JVnaEstrada participou conduzindo a recreação e também apresentando um peça de palhaço chamada “Os Quatros Reis”!
Quando cheguei fiquei um pouco “recioso”, seila, é difícil de explicar...
A maioria dos jovens estavam muito bem arrumados! (alguns até de terno) Pensei durante alguns minutos que eles não participariam das atividades que tínhamos preparado. (Ginastiquinha e brincadeira de roda)
O culto começou, a banda tocou, o pastor pregou, e depois de um pequeno intervalo, nós (Eu, Guto e Saito) entraríamos com as atividades. 
Atrás do palco, a dúvida permanecia, e eu, como líder da equipe, não queria deixar isso transparecer aos meus amigos. Eles estavam muito mais animados do que eu, e por isso, eu tentava me convencer de que tudo daria certo. (mas ainda pensava que seria uma “vergonha alheia”)
O organizador, com o microfone na mão, começou a chamar os jovens para dentro do salão, dizendo: “Ai galera, vamos entrar que agora vai rolar o JVnaEstrada”. A galera foi entrando, e depois de uns 3 ou 4 minutos eles começaram a gritar: “JV, JV, JV, ....”. Minhas dúvidas acabaram ali! Naquele momento eu tomei um “choque de animo/energia”, e entrei naquele palco como poucas vezes na minha vida. O Saito puxou a primeira música, o Guto a segunda, e aquela galera não parava de gritar e pular.
Depois das ginastiquinhas, fizemos uma grande roda e cantamos por mais de uma hora o “Aratata e o Ploc”. Foi ANIMAL, e com certeza me faltam palavras para descrever tudo o que aconteceu ali.
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Por que estou relatando tudo isso?
Pelo “simples” fato de estarmos vivendo um novo momento na Igreja Evangélica Brasileira. Apesar dos grandes absurdos que vemos e ouvimos no mundo “gospel”, ali tive a certeza de que Deus está movendo a nossa juventude, nos direcionando a cinco aspectos, que considero, importantes para um avivamento no Brasil:
1-    A busca intensa por conhecer cada vez mais a Deus. (quem Ele é, e o que faz)
2-    A ousadia de quebrar alguns paradigmas que a religiosidade nos impôs.
3-    A coragem de questionar o que é realmente bíblico e o que é invenção humana.
4-    A luta por erguer a bandeira do amor, a fim de alcançar os menos favorecidos.
5-    A garra por ver uma aproximação entre as denominações, fazendo-se possível, no mínimo, o diálogo e o amor entre elas.
Talvez você não veja isso, por vários motivos. Pode ser pela razão de não visitar outras denominações há anos, e ou ainda por ter a ideia de que a sua denominação está certa, e as outras erradas. Por isso, ao invés de tentar unir, você prefere separar.
Nós estamos cansados de brigar entre nós mesmos! Há maior incoerência no “evangelho” do que esta? Igrejas que servem ao mesmo Deus, brigando entre si! Igrejas que publicam diariamente artigos ferindo os irmãos de outras denominações! Quando é que seremos bem vistos pela sociedade, se continuarmos nos devorando?
Conheço um pastor que se passa por puritano, mas fica o dia inteiro caçando alguns escândalos no meio evangélico para criticar! (será que ele não percebe que essa é a maior evidência que ele está mal no ministério, pois para tapar as suas falhas, critica o outro, afim de que suas próprias ovelhas não vejam seus erros)
Somos a geração que se levanta para amar o desprezado, mas primeiramente para nos amar e nos respeitar! (Gal 6.10 – Portanto, enquanto temos oportunidade, façamos o bem a todos, especialmente aos da família da fé).
As diferenças teológicas vão sempre existir, e elas são boas, porque podem nos levar ao crescimento espiritual!
Eu não sou do tipo “desigrejado”, sou presbiteriano e não escondo isso de ninguém. Tenho tentado voltar sempre ao lema da Reforma, “UMA IGREJA REFORMADA, SEMPRE REFORMANDO”. Tenho minhas convicções teológicas, e no debate teológico com certeza terei alguns pensamentos totalmente diferentes dos irmãos pentecostais e neopentecostais, mais isso vai me impedir de amá-los, e de estar em comunhão com eles? Não!
Só este ano, pela graça de Deus, tive o privilégio de pregar em igrejas de tradições bem diferentes: Assembleia de Deus, Batista, Brasil para Cristo, Presbiteriana, Quadrangular, entre outras... E nesses encontros tenho tentado dizer que:
- Está na hora de lutar a favor das coisas que nos unem!
- As convicções teológicas tendem a nos separar, mas a cruz é a chancela que nos uni.
- As divergências devem ser o maior motivo para estabelecermos um diálogo sadio, pois estaremos sempre abertos a aprender uns com os outros.
- A Bíblia deve reger a nossa vida e os nossos cultos, de tal maneira que tudo o que não procede dela, deve ser retirado de dentro das nossas comunidades.
É um grande prazer participar desse movimento de Deus no Brasil! E que Ele nos abençoe.
Daniel M. Coelho

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Como usar o Humor?

Eu não sou o maior entendedor do Humor, na verdade, estou longe de ser. Apenas gosto muito de usar o Humor em minhas preleções e sou um grande admirador do stand up.
O stand up invadiu o Brasil há uns 5 anos, e abriu as portas para os canais de comédia no You Tube. O Porta dos Fundos é o mais assistido, e hoje já virou uma grande empresa.
O “gospel”, como sempre, demorou um pouco pra chegar, mas hoje já temos pelo menos dois canais no You Tube totalmente voltado para o Humor.
A minha dificuldade/dúvida, e a de outros colegas cristãos, é sempre de saber o limite do humor. Toda vez que vamos gravar alguma coisa, ou pensar em alguma peça, a dúvida é sempre a mesma: Até que ponto podemos ir para levar o humor ao nosso público alvo? (não tenho uma resposta fechada pra isso)
Sei que, na minha opinião, os canais “gospel” estão MUITO atrás de um Porta dos Fundos, ou do Parafernalha. Assistindo alguns vídeos do “gospel” confesso que tenho dificuldade de rir. Tudo é repetitivo, e o fim, altamente previsível. (com suas exceções)
Este vídeo, lançado agora pouco, mostra como se faz humor.
O Portar dos Fundos sempre foi muito questionado, principalmente pelos cristãos, por não ter limites e sempre apelar para a imoralidade, mas nesse vídeo o elenco deu um show de humor!
O vídeo começa normal, vai ficando meio chato, até que, quando você já está pensando em mudar de vídeo, vem a grande sacada: O Vinny, que cantava “mexe a cadeira”, é expelido como uma espinha, e no fim eles preferem deixar o Maurício Manieri dentro do rosto da menina!
O que é tão bom nesse vídeo?
- Ele é simples;
- Curto;
- Tem crítica;
- Nos traz algumas lembranças: Do tempo que tínhamos espinhas (se ainda não temos), e do tempo que ouvimos Vinny e Maurício Manieri; (Não Existe um jovem brasileiro com mais de 24 anos que não tenho ouvido eles dois)
- Surpreende; (Quem iria imaginar que o Vinny sairia do rosto da menina?)
Enfim, é genial! É Humor!
#AprendendoComQuemSabe


quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Uma Igreja Relevante, Vai Além.

                                                     Uma igreja relevante vai além.
Lucas 10.33-35

Já vimos até aqui que uma igreja relevante:
1- Entende o sacrifício: A partir da perguntar feita pelo mestre da Lei, fica claro que não existe absolutamente nada que nós possamos fazer para herdar a vida eterna. Tudo vem de Deus e somos alvos da sua graça.
2-Não permanece de olhos fechados: Na história contada por Jesus, o Sacerdote e o Levita olham para o homem a beira do caminho e passam longe dele. Eles decidem "fechar os seus olhos", no entanto o Samaritano olha para ele, "abri os seus olhos", e senti compaixão.

Agora nós entendemos que a Igreja Relevante vai além...

Podemos observar no texto pelo menos três marcas de uma Igreja que vai além.

A Igreja Relevante vai além quando:

1- Ela sai do campo das boas intenções 
Possivelmente o Sacerdote e o Levita tiveram vontade de ajudar o homem na estrada, porém o que eles fazem é totalmente o inverso de qualquer ajuda. Eles passam de largo, desviam daquele homem.
Mais do que um simples sentimento ou pensamento, o Samaritano sai do campo teórico e transforma todo o seu sentimento em 9 grandes ações.

1- Ele se aproxima do homem.
2- Faz uma atadura no ferimentos
3- Aplica óleo e vinho
4- Coloca no seu próprio animal
5- Leva pra hospedaria
6- Trata dele
7- Cuida dele a noite toda
8- Dá dois denários
9- Promete voltar para pagar algum gasto extra!

A Igreja de Cristo deve buscar uma teórica bíblica consistente, no entanto deve colocar essa teoria em pratica.

2- Ela surpreende em amor
O texto deixa claro que as ações do Samaritano são totalmente inversas às ações dos Ladrões, do Sacerdote e do Levita.

Ladrões : 1- roubam; 2- deixam moribundo; 3- o abandonam
Samaritano: 1- paga por ele; 2-o deixa sob cuidados do hospedeiro; 3- fica a noite toda com ele, prometendo voltar.

Sacerdote e Levita: 1- olham e passa longe para não se contaminarem; 2- não abrem mão do conforto; 3- preferem a si mesmos.
Samaritano: olha e toca no homem; 2- abri mão do seu conforto; 3- prefere o bem do outro.

A Igreja de Cristo deve superar os outros em amor. Deve observar o seu campo de ação e potencializar os seus projetos nos lugares onde ninguém quer ir.

3- Ela se parece com Cristo

João 14:34-35 Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. 35 Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros.

Jesus lança um desafio aos seus discípulos, dizendo que da mesma forma como Ele ama, nós devemos amar. E esse amor é a maior evidência do cristianismo! Porque amando como Ele ama, nós seremos reconhecidos como seus discípulos.

A Igreja relevante luta contra as suas próprias vontades e soberbas para parecer cada dia mais com Jesus.

Conclusão:
A igreja vai além quando observa esses pontos e com muita humildade clama a Deus pedindo por transformação e aperfeiçoamento de caráter.


segunda-feira, 29 de abril de 2013

Uma Igreja Relevante, não permanece com os olhos fechados



 Uma Igreja Relevante, não permanece de olhos fechados.

Lucas 10.25-33 
O estudo faz parte da série "Uma Igreja Relevante", que busca entender com base na palavra de Deus o que é qual a função da Igreja.

No mês passado já conversamos sobre a importância de entender o sacrifico, e por quê?

Em primeiro lugar, se não entendermos o sacrifício a parábola perdi o sentido, pois uma pessoa que não entende o sacrifício, não vê rações para amar alguém que não tem nada a ver com ela.

Os ensinamentos de Jesus só fazem sentido na vida daqueles que entenderam o sacrifico e hoje vivem em comunhão com o Deus trino.

Contexto: Aqui o mestre da lei, estava querendo acusar Jesus de herege, e por isso ele pergunta: o que eu posso fazer pra herdar a vida eterna? E Jesus lhe responde perguntando: o que diz a Lei e como você interpreta?

De Lei entendia muito e por isso responde corretamente, dizendo que devemos amar a Deus e ao próximo com todo nosso ser. Jesus concorda com sua resposta e lhe faz um desafio: - faz isso e viverás!

Sabendo que é impossível fazer isso, o mestre da Lei tenta se esquivar perguntando: QUEM É O MEU PRÓXIMO? E com esta pergunta temos o início da segunda parte do texto.

Problema do texto:

O próximo na concepção d mestres da lei eram homens e mulheres que viviam de baixo do mesmo pacto, assim os gentios, os "de fora", não estavam incluídos no "próximo"!

Mesmo já sabendo da resposta, ele pergunta: Quem é o meu próximo? E Jesus responde contando uma história com 4 personagens.

O primeiro que aparece na história é um ser humano, e a única informação que temos é que está no chão semimorto, pois foi roubado e espancado por alguns ladrões.

O segundo é o Sacerdote que está descendo de Jerusalém para Jericó, e provavelmente estava cumprindo suas duas semanas de oficio de sacerdote no templo. É um caminho conhecido por ele e que fazia parte da sua vida. E nesse dia em especial, ele se depara com um homem no chão semimorto.

Seria ele o "próximo" do Sacerdote? Como saber?

Naquela época havia grande diversidade entre as tribos, e existiam pelo menos duas características que distinguiam essas pessoas, a roupa e a fala.

Mas aquele homem está inconsciente e provavelmente nu. Como então saber se ele é um judeu ou não? Na dúvida, o Sacerdote escolhe ir embora e deixa este homem morrendo na estrada! Ele o vê, mas passa de largo.

O sacerdote era um homem com certo status financeiro e fazia este caminho a cavalo, o que lhe dá condições de ajudar aquele homem, mas ele não faz, e por quê?

Não queremos defender a ação do sacerdote, mas sabemos que ele também tinha fatores que favoreciam a sua decisão.

1- Esse homem está nu e inconsciente: ele talvez não fosse um dos "seus próximos".

2- Talvez esse homem estivesse morto, e o sacerdote não poderia tocar em um cadáver.
Se o homem estivesse morto, o sacerdote estaria impuro, contaminado, e contaminado ele não podia cumprir com seus ofícios de sacerdote. Ele iria ter que voltar para o templo e passar por um ritual de purificação.

Assim nós percebemos que ele tem razões lógicas para tomar essa atitude. Ele encontra "brechas" em sua consciência e ele as usa para se sentir no direito de passar de largo.

Ele sabe que poderia agir, mas sabe que poderia não agir! E assim ele escolhe fechar os seus olhos e seguir "em paz" sua viagem.

O terceiro personagem que aparece aqui é o Levita.

O Levita também estava voltando de Jerusalém e indo para sua cidade. O caminho também é conhecido por ele. É um caminho rotineiro, e andando em um dia comum, algo acontece de diferente, existe alguém semimorto na estrada!

O Levita não está sujeito a tantas regras de vida de purificação quanto o Sacerdote. Ele poderia tranquilamente parar e ajudar o homem, mas ele nos o faz, e por quê?

Assim como o Sacerdote, o Levita também tem razões concretas para passar de largo.

Sua posição.

Se o levita está voltando de Jerusalém, ele sabe que a pouco tempo algum Sacerdote tinha passado por ela.

Não ajudar este homem, é respeitar a posição de alguém superior, pois se o sacerdote passou e não fez nada, como o Levita poderia fazer?

Os levitas tinham também uma renda mais baixa que os sacerdotes, e sempre andavam a pé. Como ele levaria esse homem por tantos quilômetros?

Ele também não pode ficar ali parado dando os primeiros socorros porque correria um sério risco de passar pela mesma coisa. E ainda, ele não conseguia identificar se este homem é o seu próximo ou não.

Pois bem, ele também tinha alguns argumentos palpáveis para não ajudar este homem!

E assim ele vê o homem, mas escolhe passe reto!

O problema no texto é claro, a religiosidade, a comodidade, e a própria consciência, taparam os olhos do Sacerdote e do Levita. E esse é um sério risco que corremos também hoje.
Problema contemporâneo:

Diariamente quando estamos a caminho do trabalho, da escola, da casa de um amigo, da igreja, em uma viagem, etc... Nós nos deparamos com pessoas semelhantes a essa.

São crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos marginalizados! E temos também que tomar uma decisão entre ajudar ou passar de largo.
É claro que na maioria das vezes passamos de largo, até pelo grande número de desabrigados na rua, mas a grande pergunta é:
- O que faltou para o Sacerdote, para o Levita, que também tem faltado para nós?

E a resposta do texto é: compaixão!
Falta-nos a capacidade de se colocar no lugar do outro! E é exatamente por isso que muitas vezes nós olhamos para essas pessoas, mas não os vemos.

É essa a critica de Jesus para o mestre da lei. Ele está dizendo: você sabe muito, mas não tem compaixão!

E pra mostrar o que é compaixão, Jesus inclui o quarto personagem na história.

Solução do texto:

A sequencia lógica do texto seria que o quarto elemento fosse um leigo. Os sacerdotes e levitas serviam no templo por duas semanas, e os leigos iam também para o templo, então a lógica seria aparecer aqui um leigo.
Mas aqui Jesus de forma inesperada coloca um Samaritano na história.

Os samaritanos eram judeus, porém não legítimos. Quando os judeus sofreram o exílio eles começaram a se casar com mulheres de outros povos, o que era pecado, e desses casamentos mistos vieram os samaritanos uma mistura do judeu com gentil. Por isso os samaritanos não se davam com os Judeus, mas na história de Jesus, o odiado vira herói.

Jesus coloca o Samaritano numa estrada onde ele não poderia estar e num lugar onde os "seus próximos" também não andavam. A probabilidade do homem caído ser judeu é muito maior do que a de ser um samaritano, e mesmo assim o samaritano ao ver aquele homem, senti compaixão por ele.

Mesmo sem saber se aquele homem era um samaritano ou um judeu, o Samaritano sente o seu coração queimar de amor por aquele homem, ao ponto de colocar no lugar dele! E isso nos lembra o que Deus fez por nós, pois Ele deixando a sua glória se faz homem, morre, ressuscita, afim de redimir a sua igreja.

Pela graça Ele nos resgatou quando estamos ainda mortos na beira do caminho. E por que ele faz isso?

Para redimir os seus escolhidos afim de esses vivessem para sempre em comunhão com Ele, e aqui na terra mostrassem para a humanidade caída o que é compaixão!

E é por isso que Ele vai dizer...
Assim como eu faço, façais vós também! Assim como eu sirvo, sirvam também! Assim como eu sou santo, sejam também! Assim como eu sou perfeito, sejam também!

O nosso padrão de vida é o próprio Deus, e da mesma forma como Jesus andou, nós devemos andar. Ele andava pela terra derramando compaixão, e olhando para os outros com muito amor! Ele não via somente com os olhos, mas também com o coração!

E agora nós somos os seus passos aqui na terra, ou pelo menos, deveríamos ser.

O pecado e o diabo tenta diariamente fechar os nossos olhos, nos dizendo pra pensarmos somente em nós mesmos e pra não olharmos para o nosso próximo, mas Cristo veio ao mundo para nos mostrar o que é vida e como se viver. Aqui as suas ações eram de serviço, amor e compaixão, e o desafio da Igreja Cristã contemporânea é viver do mesmo modo e mostrar para a humanidade o que é o amor, afim de que todos se dobrem diante do Rei dos Reis e Senhor dos Senhores.

Para refletir.

Quando olhamos para essas pessoas, qual tem sido a nossa atitude interior? As percebemos e somos indiferentes, ou temos o nosso coração inflado de amor e compaixão?

Sentimos apenas um desconforto racional ou ficamos inconformados com a situação de cada um deles?

Temos mais compaixão do que julgamentos?

Pensando no texto bíblico, nos parecemos mais com o Sacerdote e o Levita, ou temos a compaixão do Samaritano?

Conclusão:

A igreja relevante é a comunidade daqueles que entendem o sacrifico, sabem que foram resgatados pela graça e agora querem ser os olhos de Cristo na terra. Querem olhar com a mesma compaixão, querem servir de coração.

quarta-feira, 6 de março de 2013

UMA IGREJA RELEVANTE, ENTENDE O SACRIFÍCIO



Leitura: Lucas 10:25-28


Contexto:
Jesus está mais uma vez expondo a Palavra e o mestre da lei se dirigi a ele com a finalidade de testá-lo.
Duas coisas são muito interessantes nessa ação.
1-    Ele se levanta: O ato de se levantar, naquela época, demonstra muito respeito. Levantar-se significa que a pessoa a quem vamos nos dirigir é digna de muito respeito.
2-    Ele chama Jesus de mestre “Rabi”: O mestre reconhece a posição de Jesus, ou pelo menos, o iguala a Ele, que também era mestre.

Problema:
No meio do diálogo, nasce a pergunta, que parece simples mais é contraditória: “Que farei para herdar a vida eterna?”.
Consideramos contraditória esta pergunta, pelo fato de ser uma conversa entre judeus, que muito bem sabiam que o conceito de “herdar” a terra, no AT, ou a vida eterna, no NT, é uma dádiva de Deus. Essa pergunta traiçoeira só fortalece a tese de que a sua única intenção era a condenação de Jesus.
Jesus não responde a essa pergunta, pelo contrário, joga a responsabilidade de resposta para o mestre da lei perguntando: “O que está escrito na lei? Como interpretas?”. O mestre responde muito bem, demonstrando que a sua teologia era aparentemente muito boa, mas que apesar disso ele ainda não havia entendido o sacrifício. Ele busca por seus próprios méritos negociar o inegociável, fazer algo para herdar a vida, sendo que tudo o que podemos fazer para isso é crer no sacrifício de Jesus.
Ele não havia entendido que por causa do Éden, todo o nosso ser foi afetado pelo pecado, e que se dependesse de nós, nunca buscaríamos a Deus e nem seríamos aceitos por Ele, ou seja, o mestre da lei ainda não tinha entendido o sacrifício.

Problema atual:
Quando olhamos para a história cristã e para a nossa realidade “evangélica”, percebemos que muitos ainda não entenderam o sacrifício e por isso ainda vivem a buscar, por seus próprios méritos, um relacionamento com Deus, ou ainda, a vida eterna.
É fácil perceber hoje que em muitas igrejas tudo converge para alguém ou para alguma coisa, menos para o sacrifício, o que é um grande problema.

Resolução do problema:
O que Jesus está nos mostrando, é que amar a Deus e o nosso próximo nessa intensidade é impossível.
Nós bem sabemos que por causa do pecado original, não existe nenhuma chance de alguém amar a Deus e ao próximo desta maneira. Logo, o que se deve fazer para herdar a vida eterna é crer, entender, e descansar no sacrifício de Cristo.
Precisamos entender que o plano de redenção através do sacrifício, vem antes da fundação do mundo, e que somos alvos do amor de Deus, e não Ele alvo da minha fidelidade.

Conclusão:
O texto continua a partir de outra pergunta: “Quem é meu próximo?”.
Jesus conta uma parábola que responde perfeitamente esta pergunta. Mas antes de irmos mais a fundo na parábola, era extremamente necessário respeitar a ordem do texto e aprender que só quem entende o sacrifício, está disposto a se sacrificar pelo outro, ou ainda, que só quem sabe o quanto foi amado, pode lutar por aquele que foi desprezado.
Amar a Deus e ao próximo na intensidade do texto não é um caminho para se chegar à vida eterna, e sim um caminho daqueles que já vivem a eternidade.

Daniel M. Coelho