Leitura: Lucas
10:25-28
Contexto:
Jesus
está mais uma vez expondo a Palavra e o mestre da lei se dirigi a ele com a
finalidade de testá-lo.
Duas
coisas são muito interessantes nessa ação.
1- Ele
se levanta: O ato de se levantar, naquela época, demonstra muito
respeito. Levantar-se significa que a pessoa a quem vamos nos dirigir é digna
de muito respeito.
2- Ele
chama Jesus de mestre “Rabi”: O mestre reconhece a
posição de Jesus, ou pelo menos, o iguala a Ele, que também era mestre.
Problema:
No
meio do diálogo, nasce a pergunta, que parece simples mais é contraditória: “Que
farei para herdar a vida eterna?”.
Consideramos
contraditória esta pergunta, pelo fato de ser uma conversa entre judeus, que
muito bem sabiam que o conceito de “herdar” a terra, no AT, ou a vida eterna,
no NT, é uma dádiva de Deus. Essa pergunta traiçoeira só fortalece a tese de
que a sua única intenção era a condenação de Jesus.
Jesus
não responde a essa pergunta, pelo contrário, joga a responsabilidade de
resposta para o mestre da lei perguntando: “O que está escrito na lei? Como
interpretas?”. O mestre responde muito bem, demonstrando que a sua teologia era
aparentemente muito boa, mas que apesar disso ele ainda não havia entendido o
sacrifício. Ele busca por seus próprios méritos negociar o inegociável, fazer
algo para herdar a vida, sendo que tudo o que podemos fazer para isso é crer no
sacrifício de Jesus.
Ele
não havia entendido que por causa do Éden, todo o nosso ser foi afetado pelo
pecado, e que se dependesse de nós, nunca buscaríamos a Deus e nem seríamos
aceitos por Ele, ou seja, o mestre da lei ainda não tinha entendido o
sacrifício.
Problema atual:
Quando
olhamos para a história cristã e para a nossa realidade “evangélica”,
percebemos que muitos ainda não entenderam o sacrifício e por isso ainda vivem
a buscar, por seus próprios méritos, um relacionamento com Deus, ou ainda, a
vida eterna.
É
fácil perceber hoje que em muitas igrejas tudo converge para alguém ou para alguma
coisa, menos para o sacrifício, o que é um grande problema.
Resolução do problema:
O
que Jesus está nos mostrando, é que amar a Deus e o nosso próximo nessa
intensidade é impossível.
Nós
bem sabemos que por causa do pecado original, não existe nenhuma chance de
alguém amar a Deus e ao próximo desta maneira. Logo, o que se deve fazer para
herdar a vida eterna é crer, entender, e descansar no sacrifício de Cristo.
Precisamos
entender que o plano de redenção através do sacrifício, vem antes da fundação
do mundo, e que somos alvos do amor de Deus, e não Ele alvo da minha
fidelidade.
Conclusão:
O
texto continua a partir de outra pergunta: “Quem é meu próximo?”.
Jesus
conta uma parábola que responde perfeitamente esta pergunta. Mas antes de irmos
mais a fundo na parábola, era extremamente necessário respeitar a ordem do
texto e aprender que só quem entende o sacrifício, está disposto a se
sacrificar pelo outro, ou ainda, que só quem sabe o quanto foi amado, pode
lutar por aquele que foi desprezado.
Amar
a Deus e ao próximo na intensidade do texto não é um caminho para se chegar à
vida eterna, e sim um caminho daqueles que já vivem a eternidade.
Daniel M. Coelho
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