sábado, 8 de maio de 2010

A Igreja que faz Discípulos



O livro “A igreja que faz discípulos” de Bill Hull é uma excelente obra para pastores e líderes que desejam plantar uma igreja ou revitalizá-la em seu pensamento, tendo em vista uma igreja que faz discípulos.
O autor inícia seu livro fazendo uma análise do texto de Mateus 28.18-20, a grande comissão, e a partir deste texto tira questões do caráter de um discípulo e também alguns passos para um discipulado. O modelo sugerido por ele é o Eclesiocêntrico, ou seja, um modelo em que todas as pessoas, motivadas pelo amor de Cristo, com seus dons particulares são envolvidas no mesmo trabalho, o discipulado. Isso é muito bom, pois apaga a imagem de que somente os pastores e líderes são chamados para este trabalho.
Hull é muito detalhista e dentre muitas idéias que ele nos dá, uma que mais me chama a atenção está na questão do discipulado em pequenos grupos, e não de um a um, como sempre ouvi. Todas as suas idéias enfatizam o modelo Eclesiocêntrico sendo que discipulador não é um chefe ou o dono da verdade, e sim alguém que está disposto a conhecer a Deus junto com seus discípulos, pois sabe que em breve eles também serão líderes na comunidade.
A visão de que todos os membros têm o chamado para fazer discípulos levantada por Hull no decorrer do livro é ótima, porém para uma igreja histórica que tem membros que cresceu, viveu e ensinou um outro tipo de método é quase impossível de ser modificada. Mesmo assim o pastor ou líder da comunidade deve lutar com sabedoria e paciência enfatizando aos poucos que a igreja necessita de mudanças, novas estratégias para o discipulado, e também uma nova visão.
Observar a igreja primitiva como uma igreja comum que enfrentava vários problemas foi muito novo para mim, e me ajudou a entender que mesmo com esses problemas os Cristãos continuavam com o coração ardente para a missão do discipulado, e todos tinham a convicção de que fazer discípulos era uma tarefa geral. Daí se explica o crescimento desta igreja que não vivia de momentos isolados, e sim em constante discipulado. A oração e a adoração eram o centro de vida desta igreja e o reflexo disto se dá no desenvolvimento do amor ao próximo e um maior envolvimento com os perdidos. Aprendo também com esta igreja a importância de termos uma mensagem contextualizada, relevante e impactante para os ouvintes.
Ao observar a vida do Apóstolo Paulo aprendo sobre como formar uma igreja discipuladora. Paulo observava e identificava pessoas que tinham liderança e sabia como trabalhar com elas, mostrando o preço a ser pago e as alegrias de ser um discípulo. Todo líder deve ser um exemplo de vida Cristã, não que seja perfeito, mas deve mostrar que luta para viver de acordo com a vontade de Deus. Isso porque um discípulo espera de seu líder que ele viva todas as coisas que fala, ou ao menos que se esforça para isso. Esses discípulos devem chegar ao ponto denominado pelo autor de reprodução, ou seja, devem fazer o mesmo com outros discípulos. Aprendo também com Paulo que mesmo os que não serão líderes deverão desempenhar o papel de discípulo em obediência, sendo profissionais em diferenciadas áreas, porém discípulos.
Um discípulo de Jesus deve estar pronto para enfrentar o sofrimento. Hoje pouco se fala disto, porém a igreja do primeiro século enfrentava muita oposição, e respondia a elas de maneira correta e bíblica. Eles se alegravam em meios as dificuldades, pois sabiam que Deus era com Eles. Em meio as dificuldades os Cristãos devem se manter unidos, pois a desunião mata a vida da igreja.
Tentando trazer todas essas informações para a minha vida de discípulo e para a vida da minha igreja percebo que realmente estamos longe da missão de Deus, há muito o que se fazer. Hoje o evangelho pregado é totalmente outro, só se fala de bênçãos matérias, sendo que os primeiros cristãos vendiam tudo o que tinham para beneficiar o próximo. Chego à conclusão de que o evangelho pregado esta defasado, perdeu sua força, mas acredito que pode ser retomado se líderes “vestirem a camisa” e pararem de ficar com medo de perder o emprego, primeiro porque o ministério não é um emprego e sim vida, segundo porque Deus sempre ampara e cuida dos seus. Os líderes devem parar de serem neutros e de se encaixar em alguns esquemas da instituição que por vezes não é bíblico. É claro que espírito de rebeldia não nos levará a lugar nenhum, porém uma vida de comunhão com Deus e uma boa estratégia de longo prazo pode gerar frutos positivos, mesmo em igrejas centenárias.
É preciso muita sabedoria para voltarmos ao estudo da igreja primitiva e aplicar os mesmos conceitos nos dias de hoje. Líderes devem se esforçar, e também aos poucos tirar de si o centro de todas as atividades. Pensando em um modelo Presbiteriano o pastor deve primeiro enfatizar esses valores na vida dos presbíteros que são também pastores, e não empresários de igrejas. Acredito que o melhor caminho para uma mudança é começá-la em suas bases, ou seja, na liderança.
Este livro merece uma grande atenção, e com certeza é recomendável. Dentre todos os assuntos tratados por Bill Hull, que por muitas vezes é repetitivo, eu o resumo afirmando que todos os que são chamados por Deus para viver e se relacionar com Ele, são chamados para ser e fazer discípulos, sendo líderes, pastores, médicos, engenheiros, vendedores, pedreiros e etc...

Daniel M. Coelho

2 comentários:

  1. Deitou hein...
    Muito massa!
    Achei massa aquilo sobre os líderes pararem de ser neutros... #PraRefletir huehaueh
    Só falo uma coisa, e que vc já sabe:
    Agradeço muito por ser discípulo de alguém com essa visão.
    Abraço mano!
    É nóis...

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  2. uhuuuuuull que bacana :)
    Sim, todos nós temos um papel a ser desempenhado.
    "Ide e fazei discipulos por todas as nações", cabe a cada um de nós abraçarmos esse mandamento e começar a fazer a diferença, ser alguem exemplar que mostre o verdadeiro significado do que é servir a Ele/ evangelizar através de atitudes e se necessario usar palavras.
    Deus não escolhe os capacitados, Ele capacita os escolhidos!!

    Deus te abençoe grandemente...

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