segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
De onde virá o socorro?
Pré-leitura: Para que a reflexão faça sentido para você leia o Salmo 121 e ore.
Quem nunca se sentiu sozinho? Desconsolado? Perdido? Desmotivado? Sem forças para continuar? Essa era exatamente situação do povo de Israel.
Esse texto é um escrito do pós-exílio, ou seja, era um salmo cantado pelo povo de Israel quando estava voltando à Jerusalém.
Em determinado momento o salmista observa uma grande quantidade de montes, os quais eram usados por outros povos para sacrifícios a deuses pagãos. O salmista está à procura de Jerusalém, mas por enquanto a única coisa que ele vê são os montes. Por isso, ali ele faz uma pergunta tão singular: De onde me virá o socorro?
Desses deuses? Do acaso? Das minhas próprias forças?
E, após uma rápida reflexão, ele mesmo responde: “O meu socorro vem do Senhor” (v.2), e nos mostra ainda três motivos que fundamentam a sua confiança em Deus: 1. Porque Ele é o Deus criador de todas as coisas (v.2b); 2. Porque Ele é o Deus que não dorme (v.3-4); 3. Porque Ele é o Deus presente (v.5-8).
A caminhada de volta a Jerusalém era extremamente difícil e cheia de perigos. O medo e a angústia caminhavam juntos com o povo, porém existe algo que os tranquiliza, o amor e o cuidado de Deus. Ele é um Deus que guarda o seu povo. Nem o sol por mais forte que seja ao meio dia, nem a noite fria, nem os inimigos, nem os animais, nada impedirá aquele povo de concretizar esta viagem, pois na concepção do salmista Deus é o quem os dirige e guarda!
Para algumas pessoas essas podem ser apenas qualidades de um deus, mas para mim expressam a grandeza do meu Deus.
Esse salmo destrói a doutrina deísta, pois ela afirma que Deus é o criador de todas as coisas, porém, para eles, após ter finalizado a criação Deus se ausentou da terra, e não mais se relaciona com o homem.
Deus mesmo sendo infindo em poder e glória esta preocupado em se relacionar com o homem. Ele está intimamente ligado conosco, e não somente assiste os nossos momentos de dor, mas também cuida de nós.
O Seu amor não se fundamenta em palavras jogadas ao vento, e sim reflete o ser de um Deus pessoal, um Deus de relacionamento, um Deus que nos guarda.
Sei que esta frase já perdeu todo o sentido que ela deveria ter, mas não me importo com isso e mesmo assim quero enfatizar que “Deus está no controle”! Ele é o Senhor de tudo e de todos.
No meio de tantas lutas, lágrimas e tristezas nos vêm à mente e ao coração a mesma pergunta do salmista. De onde me virá o socorro?
E resposta continua sendo a mesma:
O nosso socorro vem do Senhor, e tão somente dEle.
Procurei palavras para finalizar este texto, entretanto não encontrei em mim capacidade para fazê-lo, sendo assim prefiro finalizar com o Salmo 46:
“Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações. Portanto, não temeremos ainda que a terra se transtorne e os montes se abalem no seio dos mares; ainda que as águas tumultuem e espumejem e na sua fúria os montes se estremeçam. Há um rio, cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo. Deus está no meio dela; jamais será abalada; Deus a ajudará desde antemanhã. Bramam nações, reinos se abalam; ele faz ouvir a sua voz, e a terra se dissolve. O SENHOR dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. Vinde, contemplai as obras do SENHOR, que assolações efetuou na terra. Ele põe termo à guerra até aos confins do mundo, quebra o arco e despedaça a lança; queima os carros no fogo. Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus; sou exaltado entre as nações, sou exaltado na terra. O SENHOR dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio”.
Que Deus assim nos abençoe e guarde!
Daniel M. Coelho
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Na marca do Pênalti
Como você já deve saber, eu sou um amante de futebol.
Até os 16 anos, passei minha vida correndo atrás de uma bola, e como todo bom muleque brasileiro, eu sonhava em ser um grande jogador.
Durante um tempo eu posso afirmar que eu realmente tinha um bom futebol, e o sonho parecia estar próximo de ser alcançado.
Os momentos mais felizes que passava em minha vida estavam resumidos entre as quatro linhas, e ali eu vivia um grande misto de sentimentos. Um dia o futebol me dava uma alegria inexorável, já em outro, uma tristeza devastadora.
O ápice da minha alegria se dava no momento do gol!!! Não existiam palavras que podiam expressar um momento tão sublime!
O tempo passou e junto com ele o meu sonho de ser um jogador de futebol!
Houve um momento em minha vida que eu conheci a Cristo. Desde cedo fazia parte do hall de membros da igreja terrestre, mas estava fora do hall de membros da igreja celestial.
Pela graça de Deus foi resgatado, e comecei a levar muito a serio o meu compromisso com Jesus. Entre altos e baixos, conquistas e decepções, fui sentindo um forte desejo de me tornar um pregador do evangelho!
No começo tudo era muito louco, e eu lutava contra aqueles pensamentos de ser “um pregador”, um pastor!
O tempo passou, e hoje estou aqui, finalizando o 3º ano do seminário! Amanhã tenho prova de Teologia Sistemática!
Isso tudo me faz lembrar de uma letra do CPM22 “O MUNDO DÁ VOLTAS”!
Talvez você esteja pensando... “IDAI?”
E eu te respondo:
- Hoje encaro o púlpito como um pênalti na final da COPA DO MUNDO. Para chegar ali, é necessário muito esforço, treino pesado, e aquela é a hora da verdade!
Assim como antes o gol era o momento mais alto da minha alegria, hoje transmito essa alegria para o púlpito!
Nada pode ser mais lindo e satisfatório do que pregar a Palavra de Deus, mas assim como alegria, o púlpito pode me trazer muita tristeza!
Assim como derrota em um torneio tinha o poder de me deixar altamente frustrado, hoje uma pregação mal sucedida é capaz de me deixar profundamente angustiado!
O sentimento é indescritível. É o peso de não ter conseguido transmitir a Palavra de Deus às pessoas que sentaram para ouvir o que Deus tinha para elas.
Esses dias aconteceu isso comigo, sai de uma pregação totalmente frustrado! A vontade era de nunca mais pegar em uma Bíblia e em um microfone para falar das coisas concernentes ao Reino de Deus!
Mais tarde, fazendo essas comparações doidas em minha cabeça, me comparei ao Roberto Baggio quando errou o Pênalti na final da COPA DO MUNDO DE 94!
Pensando, pensando... Remoendo, remoendo, veio uma luz em minha cabeça, e algo me dizia bem assim:
- Dani, naquele momento você é quem estava na frente das “câmeras”... Era o seu corpo que as pessoas viam, mas era a minha voz que elas ouviam!!!
- Dani, você estava na marca do Pênalti, mas quem o cobra sou Eu, e quem faz os gols nos corações sou Eu... Quanto a você, só te cabe pregar o evangelho, mas a obra é minha!
Meu... isso me confortou muito, e me fez descansar nesta verdade! Eu sou apenas alguém que tem o privilégio de participar da obra, mas esta obra não é minha, é Dele, e sendo Dele, Ele a faz como quiser!
Isso tudo para você talvez não tenha o menor sentido, mas se você é um pregador´a´ ou ainda será... Lembre-se disso:
Nós devemos amar a pregação!!! Devemos nos esforçar ao máximo com nossa exegese e hermenêutica!!! Devemos ler nossos comentários e utilizar todas as ferramentas que tivermos para retermos o melhor do texto!!! Mas quem faz o gol, não somos nós!!!
Quanto a nós, nos cabe: Pregar o evangelho!
Deus te abençoe!
Daniel M. Coelho
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Eles não sabem de nada!
Quantas vezes vemos nossos amigos, adolescentes ou jovens, reclamando que os pais não os entendem! Não entendem seu estilo, seu comportamento, suas escolhas! É sempre aquele papo de “na minha época era diferente” ou “com a sua idade eu já era tal coisa”! Fala serio vai, isso enche o saco! Por outro lado quantas vezes escutamos dos nossos pais, “você não me entende! Eu falo A, você entende B, parece que vive no mundo da lua”.
A realidade é que nossos pais (e por que não, nossos líderes, chefes e professores) não percebem claramente que o tempo passou, que as coisas mudaram e que o mundo que a gente conhece não é o mundo que eles conheceram!
Alguns chegam a dizer que o mundo sempre foi e sempre será o mesmo, mas podemos confrontar esse argumento com os seguintes questionamentos: Há 20 anos havia celular? Smartphone? Internet? Redes sociais? Orkut? Blog? Twitter? Vlog? Havia globalização como a conhecemos agora? Sendo assim devemos concordar com a afirmação de alguns estudiosos de que a evolução do mundo nos últimos 40 anos é equivalente a 500 anos de evolução anterior, entendeu? Não né... É assim, de 1970 à 2010 evoluímos o que anteriormente demoraram de 1470 à 1970. Isto comprova que existe um abismo entre nós e nossos pais e avós.
Definitivamente, o mundo não é o mesmo!
Algumas coisas nossos pais e líderes nunca vão entender, ao mesmo tempo, existem outras que também nunca vamos viver, por exemplo: A TV na época não tinha o poder que tem hoje. Os programas humorísticos não eram tão banalizados e baixos como os de hoje, o humor era simplesmente humor. Os desenhos não influenciavam as crianças ao homossexualismo. As novelas não propagavam o divorcio, a corrupção e a sexualidade! Nossos pais podiam brincar na rua sem se preocupar com violência, faziam corrida de carrinho de rolemã ao invés de jogar Mario Kart, jogavam bola na rua ao invés de Winning Eleven, se divertiam com os amigos pessoalmente e não pelo MSN! É certo que há vantagens e desvantagens!
Hoje em dia podemos falar com amigos em Minas Gerais, Rio de Janeiro, no Paraná e etc. Mais do que isso, podemos falar com amigos nos EUA, na Inglaterra, no Japão! Podemos ver shows online que dificilmente veríamos em casa, a fato é que podemos viajar o mundo sem sair do quarto!
Realmente, Eles não sabem de nada! Mas quem?
Os jovens e os adolescentes não sabem de nada dos tempos antigos! E os adultos não sabem nada do nosso tempo! A idéia é bem essa, mas acho podemos nos abrir mais e tentar melhorar este quadro.
Que tal se a gente mostrar para os nossos pais, líderes, chefes e professores como é a nossa vida, conectada, dinâmica, real time, e como valorizar a inovação? “junto com essas tentativas, recomendamos muita maracujina e paciência, aheuhea”.
E que tal aprender com eles como valorizar os relacionamentos mais profundos e tangíveis, como se divertir sem tecnologia, como aprender a respeitar a experiência?
Eles não sabem de nada! E nunca saberão se continuarmos esta briga de quem é que sabe, e quem não sabe!
Por @daniboy86 e @sfsato
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
F.R.I.E.N.D.S
Leia Lucas 5:17-26
Leu?
Se não leu, você não irá entender nada...
Leu mesmo? Então vamos lá...
É sábado à tarde, sozinho fico mais uma vez. Minha poltrona é confortável, mas preferia estar lá fora caminhando com meus amigos, impossível !!! No momento eles trabalham, e eu estou aqui sentado, sozinho!
Gostaria de ter um emprego. Na verdade meu grande sonho sempre foi ser jogador de futebol, entretanto, nunca serei!
Não gosto de ser assim, mas o que posso fazer? Sou apenas um paralítico!!!
O único barulho que ouço é dos pássaros que às vezes vêem até a janela!
Espere um pouco... Ouço muitas vozes, sim, são muitas pessoas, mas o que elas fazem em pleno sábado à tarde?
Será uma passeata em prol de um mundo melhor? Ou será uma passeata de algum partido político?
Será que devo ir até lá conferir?
Sim... vou...
Mas de que jeito? Sou apenas um paralítico!!!
Nunca tive o privilégio de andar.
Como será que é? Deve ser muito difícil se equilibrar. Mas deve ser muito bom!!!
Gostaria agora de correr atrás dessa multidão, e amanhã de manhã correr em direção ao gol, posso imaginar aquela cena...
Driblar o zagueiro, chapelar o goleiro, matar no peito, pegar de primeira, ver a rede balançando e ouvir “GOLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL, FOI FOI FOI FOIIIIIIIIII DELEEEEEE MARCOSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS, O CRAQUE DA CAMISA DE NUMERO 9”. Que tolice!!! Sou apenas um paralítico!!!
Por isso fico aqui nesta poltrona...
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OUUUUUUUUUUUUU, quer me matar de susto mano?
Não tem como ser mais tranqüilo para me acordar??? Acabei pegando no sono aqui.
Henrique, Tiago, Túlio, Felipe... blz?
Calma, calma, calma, onde vocês estão me levando?
Que Jesus? Quem é esse? Está aqui perto? Nossa... Curou tantos assim?
AIIIIIIII... Meu cabelo!!! Enroscou ai na corda, tiraaa tiraaa tiraaa!!!
#aisim
Nossa tem gente de mais, vai demorar uns três dias para conseguirmos entrar ai!
O QUEEEE? Telhado??? O que eu mais gosto em vocês é o senso de humor. Esses são meus amigos... Sempre brincando!!!
Vocês são uns fanfarrões, que Mané telhado o que!!!
Não, não, não...
EI EI EI............... eu falei NÃOOOO, tem algum surdo aqui???
Segura, segura, segura....
Ufa, como é bom estar no chão!!!
Perdoados estão os meus pecados? Que pecados?
Eu sou o paralítico, o adultero é meu vizinho...
Por que estes Fariseus estão todos cochichando?
Quem é este que diz blasfêmias???
Quem é este??? Eu também não sei. Só sei que não sou o adultero!!!
Qual é mais difícil???? Pergunta difícil eim, mas para mim os dois. Porque nunca vi nenhum paralítico andar, mas perdoar, sei que só Deus pode perdoar pecados.
Tomar o meu leito? ANDAR???
Eu??? Marcos??? Euzinho??? ANDAR???
Como será que anda?
Deve ser assim!!! Tenho que ao menos tentar!!!
Henrique, Tiago, Túlio, Felipe, me ajudem aqui...
Consegui??? Eu consegui???
HAAAAAAAAAAAAAAAAA EU ESTOU ANDANDO!!!!!!!
HAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA EU ESTOU ANDANDO!!!!!!
HAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA EU ESTOU ANDANDO!!!!!!!
Aiiiiiiii cara, ta vendoooo??? EU ESTOU ANDANDO!!!!!!!!
Deus seja louvado!!!!!! Deus seja louvado!!!!!!Deus seja louvado!!!!!!Deus seja louvado!!!!!!Deus seja louvado!!!!!! Deus seja louvado!!!!!! Deus seja louvado!!!!!!Deus seja louvado!!!!!!Deus seja louvado!!!!!!Deus seja louvado............................
Deus está entre nós!!!!!
Jesus é o Emanuel prometido!!!!
Henrique, Tiago, Túlio, Felipe!!!!
EU ESTOU ANDANDO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
GLÓRIA A DEUS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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Toda vez em que eu leio está passagem, me pergunto, “O que seria desde paralítico sem os seus amigos?”
Jesus é quem curou, Ele é Deus, mas quero pensar na atitude dos amigos do paralítico.
O que seria dele sem seus amigos?
Jesus mesmo deixou o exemplo de que não devemos viver sozinhos! Ele não precisava de discípulos, mas se vocês observarem, nas horas mais difíceis de seu ministério Ele chamou alguns dos discípulos para estarem com Ele. No Getsamani foi assim, lembra?
Se você acha que vai chegar a algum lugar sozinho! ESQUEÇA! Você precisa de amigos!
Amigos são benções de Deus!!!
Tenha amigos, seja amigo!!!
Eu e você sem amigos somos como o paralítico antes da cura. Alguém imóvel, que assiste a tudo, mas não participa de nada!
Eu e você com amigos somos como o paralítico após a cura. Alguém móvel, que assiste a tudo, e participa de tudo!
Dou graças a Deus por meus amigos de São José do Rio Preto, Campinas, Americana, JV na estrada, #JV2010. Sei que provavelmente você seja um deles, então quero te dizer: Obrigado, você é uma benção na minha vida.
Daniel M. Coelho
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Como posso?
Hoje é mais um daqueles dias em que eu passo todos os minutos pensando em algo. Já há algumas semanas, venho pensando no amor de Deus por mim, ou melhor, por nós. Ainda há pouco, lia um livro e vi um vídeo no youtube que mostrava as galáxias, até que chegou um momento no qual nenhum telescópio poderia mais ver ou analisar a grandeza e a beleza do universo.
Fiquei incomodado, e até espantado por ver tamanha beleza. E levado por meus próprios pensamentos me perguntei: “Como pode haver milhões e milhões de pessoas que não acreditam no Deus criador?”, “Como podem existir pessoas que sabem tanto sobre a criação, mas não se prostram diante do Criador?”.
Perguntas que parecem não ter respostas...
Mas hoje não estou a fim de julgar ou ficar pensando nas pessoas que não crêem no poder e no amor de Deus. Por isso, resolvi trocar o termo “Como pode???” para “Como posso???”.
É tão fácil perguntar “Como podem existir pessoas que façam isso ou aquilo?”. Mas como é difícil apontar o dedo para o espelho e me perguntar “Como posso ser assim?”.
Hoje, faço algumas perguntas para mim e quero, também, que você as faça para si.
Como posso deixar de louvar um Deus tão grande?
Como posso perder tempo com atitudes que desonram um Deus tão perfeito?
Como posso cantar e não viver?
Como posso falar de um Deus sendo que, muitas vezes, me encontro rezando e não orando?
Como posso pregar a Palavra sendo que, quando a leio, carrego comigo uma série de pressupostos filósofos e teológicos, que muitas vezes me impendem de ouvir a Deus?
Como posso ver alguém com fome e passar de largo sem lhe oferecer um pão?
Como posso ver alguém com frio, sabendo que tenho no mínimo cinco blusas, sendo que uma delas eu nunca uso, e mesmo assim passar de largo sem lhe oferecer uma delas?
Como posso saber que pessoas precisam de uma simples doação de sangue, e mesmo assim não ter a capacidade de “perder” uma ou duas horas no hemocentro?
Como posso assistir e ouvir, diariamente, tantas tragédias sem desligar o computador, ou a TV, chorando e orando por essas pessoas que sofrem?
Como posso gastar 15 reais em um combinado do Mcdonalds e não ter a capacidade de contribuir nem com 10 reais por mês com a obra missionária?
Como posso saber que a pessoa que andou hoje do meu lado no ônibus, metrô, ou trem pode morrer hoje mesmo sem Cristo, e mesmo assim me manter calado amanhã por vergonha de ser Cristão?
Como posso ser assim?
Como posso ser o que sou?
Ou melhor...
Como posso, apesar de todas essas falhas, dizer que sou um Cristão?
Posso dizer que sou um Cristão simplesmente por não ser perfeito. É justamente por não ser perfeito que sou um Cristão, por que se o fosse, não seria um Cristão, mas sim o próprio Cristo!
A minha imperfeição é o motivo da Cruz do Calvário, mas ela não pode ser uma desculpa pobre e fria de uma cristã débil e infrutífera.
O que me resta é ser sincero com Deus e, em conversa com Ele, declarar o que realmente sou: Um ser imperfeito que necessita, todos os dias, da misericórdia e do amor de Deus.
Que esse texto nos leve a pensar em nossa vida cristã, para que ela não caia em uma mera religiosidade, e pelo contrário, que nossa vida cristã reflita o cerne do evangelho, “Amar a Deus acima de todas as coisas, e o nosso próximo como se fosse a nós mesmos”.
Deus aumente o meu amor pelo Senhor, para que eu possa te amar verdadeiramente, e para que eu seja um instrumento teu por onde o Senhor quiser me levar, em nome de Jesus, amém.
Daniel M. Coelho
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Como a Bíblia chegou até mim?
Embora a tradução bíblica seja algo que se expandiu muito no século XX, teve seu início nos primeiros séculos da era Cristã. A Bíblia então foi traduzida primeiramente para as línguas, Siríaca, Georgina, Cóptica, gótica, Eslava e Latina. Em meados do século XV já havia aproximadamente 30 tradução.
Com renascença e a reforma a tradução bíblica ganhou força e já no início do século XIX existiam outras 34 traduções completas da Bíblia.
Com o movimento missionário moderno mudou-se a forma de pensar. Agora as traduções não eram feitas somente pelos eruditos e estudiosos. Passa-se a ser feita por pessoas comuns e com isso existe um grande crescimento de traduções de tal maneira que no século XIX surgiram 500 novas traduções.
O século XIX é tido como o “Grande Século”, mas somente no século XX que o trabalho de tradução passa a ser estudado com a ciência da lingüística.
São criadas Associações com o fim de capacitar melhor às pessoas que estivessem interessadas à tradução bíblica! Nessas Associações os alunos aprendiam até mesmo a criar novos alfabetos com o fim de traduzir a Bíblia para povos que nem mesmo escrita possuía.
É detectado um problema: Por mais que as Associações de tradução se empenhassem os tradutores entenderam que existem termos que para serem traduzidos necessitam de um valor cultural, e sendo assim os tradutores precisariam se envolver completamente com a cultura do povo, e depois então de muita afinidade com a cultura ele começaria o seu trabalho de tradução! Por exemplo: “Eu sou a videira, e meu Pai é o agricultor”, como explicar sobre a agricultura para um esquimó? Ou então “Eu sou o pão da vida” sendo que em muitos países o pão é algo totalmente desconhecido? Conclui-se então que o tradutor deveria encontrar termos que melhor se aplicam ao termo original, mesmo que o termo para outras pessoas, de outras culturas, não fizesse o menor sentido!
Com a chegada da tecnologia é claro que houve um forte avanço nas traduções, mesmo assim ainda há muito trabalho. Hoje existem mais de 5.000 línguas faladas no mundo, e a Bíblia só foi traduzida para 1/3 dessa população, sendo que grande parte desta porcentagem tem apenas o Novo Testamento traduzido!
Muitos trabalham duro nas Associações, e a cada ano surgem no máximo 30 novas traduções bíblicas, ou seja, vamos precisar de aproximadamente 120 anos para que o mundo tenha a Bíblia em sua própria língua!
William Cameron Townsend nasceu na Califórnia em 1896 e morreu em 1982. Nasceu em um berço presbiteriano e estudou na faculdade Presbiteriana de Los Angeles. Quando o assunto é tradução e lingüística é impossível não falar dele, pois ele é o grande impulsor na tradução bíblica. Seu reconhecimento é indiscutível tanto que é chamado por Bill Grahan de “o maior missionário de nossa era”. Willian é o Fundador da Associação Wycliffe para Tradução Bíblica, e do Instituto lingüístico de verão.
Enquanto estudava na faculdade se candidatou para ser vendedor de Bíblias na America Latina, e foi chamado para a Guatemala! Em 1917 quase desistiu do serviço missionário para defender seu país em guerra, mas foi chamado de covarde por uma missionária e por isso pede dispensa do exército e fica na Guatemala.
Trabalhando no meio rural ele percebe que vender Bíblias em espanhol para um povo que não lia espanhol era uma grande besteira. Um dia um índio o questionou dizendo, “Se Deus é tão esperto, porque Ele não aprendeu a nossa língua?”. Essas palavras mudaram a sua forma de pensar, e com isso dedicou 13 anos de sua vida no meio dos Cakchiquel, com o objetivo de conhecer a cultura deles e traduzir a Bíblia para a língua deles. Depois de 10 anos de muito trabalho Cam completou o Novo Testamente em Cakchiquel.
Cam tinha uma personalidade forte e lutava por seus ideais. Para ele rações doutrinárias são secundárias. Ele era a favor que Católicos e Pentecostais estudassem nas Associações para tradução de Bíblias, além de ser também favorável ao sustento de missionárias “mulheres solteiras”. Tudo isto criou um grande desconforto por parte da organização e dos patrocinadores das Associações, mesmo assim ele insistiu e eles estipularam algumas restrições para que as pessoas de outras Igrejas estudassem nas Associações.
Após 50 anos de trabalho árduo, quando todos pensavam que ele iria se aposentar, Cam preparava-se para ir a União-Soviética. Chegando lá estudava varias horas de Russo por dia, e também muito sobre a cultura daquele povo.
Sua vida é um exemplo para todos nós, e ele tinha como lema:
“O maior missionário é a Bíblia na língua-pátria. Ela jamais precisa de férias, e jamais é considerada estrangeira”.
Você já se viu sendo um tradutor da Bíblia para uma nova língua? Talvez não, mas alguma vez você já perguntou para Deus se Ele quer te usar nessa área?
Se Ele quiser, e se você for fiel e corajoso´a´ o bastante para atender a esse chamado, quando estiver concluindo a sua tradução em meio a uma tribo, lembre-se de mim no apêndice de seu livro, e faça um pequeno agradecimento, zuera, “só para quebrar o clima”. Se for isso que Deus tem para você, vá e atenda a esse chamado tão bonito e transformador na vida de muitas pessoas.
Por outro lado você pode pensar, eu sou apenas um brasileiro, e quero ser um cristão fiel aqui!
O brasileiro é um povo privilegiado! Temos a Bíblia traduzida! Temos diversas versões! Temos tudo, e por vezes escolhemos não ter nada!
Estamos em um país livre, temos a liberdade de andar com a Bíblia debaixo de nossos braços, temos a liberdade de até pregar em praça pública!
A pergunta que faço para mim e para você é:
- Idái ?
Daniel M. Coelho
terça-feira, 11 de maio de 2010
Novos pregadores para uma realidade com novos paradigmas familiares.
Alguém já disse: “a Igreja é a única instituição que se preocupa com o ontem”. Estas palavras são simples; porém, sintetizam muito bem o nosso tema.
O mundo tem experimentado nos últimos 50 anos avanços inexplicáveis nas mais diversas áreas. A busca pela melhoria de vida trouxe muitas famílias do campo para cidade, e muitas delas nunca obtiveram este grande sonho nem mesmo suas gerações, pois vivem até hoje buscando seu espaço no mercado de trabalho.
Todos estes avanços têm mudado a história da sociedade, e obviamente têm atingido também as famílias. É bom relembrar os tempos em que o pai trabalhava cerca de 8 horas por dia, sendo que entrava no trabalho às 8:00hs, trabalhava até o meio dia e voltava para a casa. Em sua casa encontrava o almoço pronto, as crianças já banhadas e arrumadas para irem ao colégio. Esse pai almoçava todos os dias em sua casa, assistia ao seu programa de televisão, brincava com seus filhos, conversava com sua esposa, e na volta ao trabalho deixava seus filhos na escola, com a promessa de que às 18:00hs voltaria para as buscar. Então, às 18:00hs lá estava ele, no portão da escola, e de longe seus filhos vinham correndo e lhe davam um forte e caloroso abraço. Assim, juntos eles iam para casa, pois a mamãe trabalhara em casa a tarde toda e por isso estava a espera com o jantar semi-pronto e com todas as roupas lavadas, passadas e dobradas dentro das gavetas.
Hoje, o pai, muitas vezes, quando sai para trabalhar seus filhos estão dormindo, e ao voltar os encontra na cama dormindo novamente. A mãe já não é mais dona de casa, pois agora ela também precisa trabalhar fora. Com isso, a educação dos filhos é terceirizada, pois ficam com os avós, tios, ajudantes, vizinhos, escolinhas, ou com quem for. O que se pode afirmar é que as crianças do século XXI estão terceirizadas, e o reflexo desta terceirização nós acompanharemos daqui há aproximadamente vinte anos.
Vivemos em uma época onde tudo é descartável. No Japão, por exemplo, se o controle remoto de uma televisão quebrar, eles a jogam fora e compram outra nova. Esta concepção do descartável logicamente afeta as famílias. Assim, hoje não é difícil encontrarmos pessoas que estão no 3º ou 4º casamento. As pessoas que se casaram até os anos 90 do século XX ainda tinham em mente que o casamento era para sempre. Segundo o IBGE, em 1984 foram feitos, no Brasil, 30.847 divórcios, já em 2007 o número chegou a 179.342. Estes números expressam muito bem o que estamos descrevendo. A partir dos anos 90 a idéia de casamento foi se alterando e hoje ela é a seguinte: “case, se não der certo, não sofra, se divorcie e busque a sua felicidade com outra pessoa”.
É neste ambiente que a igreja esta inserida. E para cumprir seu papel de igreja, ela deve ter uma mensagem relevante para as famílias do século XXI. Mensagem esta que é confiada ao pregador, sendo ele pastor ou líder da comunidade. Tudo isso deve estar bem claro na mente do pregador, que deve saber que, ao subir num púlpito, está de frente tanto com pessoas que lutam por suas famílias, quanto com aquelas que, quando vierem os dias de luta, simplesmente desmanchariam os laços matrimoniais.
O pregador deve estar atento a tais mudanças no mundo. Aliás, o tema da Reforma Protestante no século XVI nos lembra disso: “Igreja reformada, sempre reformando”. Mas ao afirmar isso, uma pergunta emerge: como o pregador consegue ter uma mensagem relevante para estas famílias que estão em constantes mudanças? Mais difícil do que a pergunta é a sua reposta. Tentarei discorrer de forma sucinta com algumas dicas para o pregador. Porém, afirmar que descreverei sobre tudo o que um pregador precisa para atingir estes novos paradigmas familiares seria muita ganância da minha parte.
O pregador, sendo velho ou novo, deve conectar-se com o que se passa no mundo. Ele é aquele que deve andar com a Bíblia em uma de suas mãos e a revista Veja na outra. É impossível ter uma mensagem relevante se estivermos alienados do mundo. Aqui já encontramos um problema, pois a maioria de líderes mais velhos tem grande dificuldade com o “novo”. A impressão que nos dá é que para estes o “novo” não vem de Deus, e por isso não deve ser considerado.
Pensar em novos paradigmas familiares significa entender que dentro de uma família encontramos duas ou mais gerações que estão muito distantes. Um pai que nasceu nos anos 60 foi ver um computador de perto quando já tinha por volta de trinta anos. Hoje, o seu filho, ao sair da barriga da mãe, está sendo filmado e com dois anos de idade já assistirá o seu nascimento em vídeo cassete, no “DVD”, ou talvez em um “laptop”.
Pregadores relevantes devem estar dispostos a dialogar com o mundo. Porém, manterem-se firmes em seus padrões bíblicos. Alguém comprometido com a Palavra de Deus deve ter sabedoria e flexibilidade na maneira do transmitir, mas a mensagem a ser transmitida não pode ser negociada.
Deus estipulou valores familiares, estipulou até mesmo questões sobre o divórcio. Cabe aos pregadores o esforço de levar uma mensagem bíblica e fiel de maneira simples e impactante a seus ouvintes. A sua tarefa referente à mensagem para as famílias deve ter sempre um teor que preze o amor familiar. Os pais devem amar seus filhos e os educarem segundo as disciplinas do Senhor, os filhos devem amar e honrar seus pais, e todo ensinamento deve se desdobrar em amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.
Que Deus abençoe a vida de todos os ministros da Palavra, para que sejam profetas do Senhor, tendo sempre palavras sábias e que edifiquem as famílias deste século.
Daniel Martins Coelho.
sábado, 8 de maio de 2010
A Igreja que faz Discípulos
O livro “A igreja que faz discípulos” de Bill Hull é uma excelente obra para pastores e líderes que desejam plantar uma igreja ou revitalizá-la em seu pensamento, tendo em vista uma igreja que faz discípulos.
O autor inícia seu livro fazendo uma análise do texto de Mateus 28.18-20, a grande comissão, e a partir deste texto tira questões do caráter de um discípulo e também alguns passos para um discipulado. O modelo sugerido por ele é o Eclesiocêntrico, ou seja, um modelo em que todas as pessoas, motivadas pelo amor de Cristo, com seus dons particulares são envolvidas no mesmo trabalho, o discipulado. Isso é muito bom, pois apaga a imagem de que somente os pastores e líderes são chamados para este trabalho.
Hull é muito detalhista e dentre muitas idéias que ele nos dá, uma que mais me chama a atenção está na questão do discipulado em pequenos grupos, e não de um a um, como sempre ouvi. Todas as suas idéias enfatizam o modelo Eclesiocêntrico sendo que discipulador não é um chefe ou o dono da verdade, e sim alguém que está disposto a conhecer a Deus junto com seus discípulos, pois sabe que em breve eles também serão líderes na comunidade.
A visão de que todos os membros têm o chamado para fazer discípulos levantada por Hull no decorrer do livro é ótima, porém para uma igreja histórica que tem membros que cresceu, viveu e ensinou um outro tipo de método é quase impossível de ser modificada. Mesmo assim o pastor ou líder da comunidade deve lutar com sabedoria e paciência enfatizando aos poucos que a igreja necessita de mudanças, novas estratégias para o discipulado, e também uma nova visão.
Observar a igreja primitiva como uma igreja comum que enfrentava vários problemas foi muito novo para mim, e me ajudou a entender que mesmo com esses problemas os Cristãos continuavam com o coração ardente para a missão do discipulado, e todos tinham a convicção de que fazer discípulos era uma tarefa geral. Daí se explica o crescimento desta igreja que não vivia de momentos isolados, e sim em constante discipulado. A oração e a adoração eram o centro de vida desta igreja e o reflexo disto se dá no desenvolvimento do amor ao próximo e um maior envolvimento com os perdidos. Aprendo também com esta igreja a importância de termos uma mensagem contextualizada, relevante e impactante para os ouvintes.
Ao observar a vida do Apóstolo Paulo aprendo sobre como formar uma igreja discipuladora. Paulo observava e identificava pessoas que tinham liderança e sabia como trabalhar com elas, mostrando o preço a ser pago e as alegrias de ser um discípulo. Todo líder deve ser um exemplo de vida Cristã, não que seja perfeito, mas deve mostrar que luta para viver de acordo com a vontade de Deus. Isso porque um discípulo espera de seu líder que ele viva todas as coisas que fala, ou ao menos que se esforça para isso. Esses discípulos devem chegar ao ponto denominado pelo autor de reprodução, ou seja, devem fazer o mesmo com outros discípulos. Aprendo também com Paulo que mesmo os que não serão líderes deverão desempenhar o papel de discípulo em obediência, sendo profissionais em diferenciadas áreas, porém discípulos.
Um discípulo de Jesus deve estar pronto para enfrentar o sofrimento. Hoje pouco se fala disto, porém a igreja do primeiro século enfrentava muita oposição, e respondia a elas de maneira correta e bíblica. Eles se alegravam em meios as dificuldades, pois sabiam que Deus era com Eles. Em meio as dificuldades os Cristãos devem se manter unidos, pois a desunião mata a vida da igreja.
Tentando trazer todas essas informações para a minha vida de discípulo e para a vida da minha igreja percebo que realmente estamos longe da missão de Deus, há muito o que se fazer. Hoje o evangelho pregado é totalmente outro, só se fala de bênçãos matérias, sendo que os primeiros cristãos vendiam tudo o que tinham para beneficiar o próximo. Chego à conclusão de que o evangelho pregado esta defasado, perdeu sua força, mas acredito que pode ser retomado se líderes “vestirem a camisa” e pararem de ficar com medo de perder o emprego, primeiro porque o ministério não é um emprego e sim vida, segundo porque Deus sempre ampara e cuida dos seus. Os líderes devem parar de serem neutros e de se encaixar em alguns esquemas da instituição que por vezes não é bíblico. É claro que espírito de rebeldia não nos levará a lugar nenhum, porém uma vida de comunhão com Deus e uma boa estratégia de longo prazo pode gerar frutos positivos, mesmo em igrejas centenárias.
É preciso muita sabedoria para voltarmos ao estudo da igreja primitiva e aplicar os mesmos conceitos nos dias de hoje. Líderes devem se esforçar, e também aos poucos tirar de si o centro de todas as atividades. Pensando em um modelo Presbiteriano o pastor deve primeiro enfatizar esses valores na vida dos presbíteros que são também pastores, e não empresários de igrejas. Acredito que o melhor caminho para uma mudança é começá-la em suas bases, ou seja, na liderança.
Este livro merece uma grande atenção, e com certeza é recomendável. Dentre todos os assuntos tratados por Bill Hull, que por muitas vezes é repetitivo, eu o resumo afirmando que todos os que são chamados por Deus para viver e se relacionar com Ele, são chamados para ser e fazer discípulos, sendo líderes, pastores, médicos, engenheiros, vendedores, pedreiros e etc...
Daniel M. Coelho
segunda-feira, 29 de março de 2010
O que é missão integral?
Autor da Obra.
C. René Padilla é um dos teólogos e pensadores protestantes Latino-americanos mais conhecidos em todo o mundo. Nascido no Equador e residente em Buenos Aires, na Argentina. É fundador e presidente da Rede Miquéias. É também membro-fundador da Fraternidade Teológica Latino-americana e da Fundação Kairos.
Pressuposto Teológico.
Padilla caminha em todo o tempo com a perspectiva bíblico-reformado, com a capacidade de não analisar passagens isoladas e sim dentro de todo o seu contexto menor e maior, tendo o intuito de gerar nos discípulos a visão do Reino de Deus.
Síntese da Obra.
O livro “O que é missão integral?”, pode ser considerado um clássico de poucas páginas. Padilla consegue escrever sobre um assunto muito complexo e que gerou diversas vertentes em toda a história Cristã, surgindo diferentes teologias e formas de pensamentos sobre o chamado de Jesus àqueles que agora regenerados querem viver para Cristo.
O autor começa sua reflexão trazendo um panorama histórico sobre um paradigma de missão, onde no século XVIII falar de missão era tão somente falar de “Missão transcultural”, de tal forma que o Cristão para fazer missão deveria então cruzar barreiras sociais e geografias. Esse tipo de pensamento hoje é bastante criticado por alguns, porém, nesta obra também se encontra algo muito especial, pois Padilla mesmo sem concordar com este paradigma levanta questões positivas deste pensamento, afinal, se essa concepção de cruzar as fronteiras não tivesse existido como então as pessoas do outro lado do mundo ouviriam falar de Jesus? Sendo assim essa perspectiva tem seus pontos positivos, no entanto o autor levanta conjecturas sobre o papel da igreja diante tal pensamento, pois o papel da igreja até então era tão somente apoiar o missionário espiritamente e também financeiramente.
Para Padilla todos os que são chamados por Deus, para viver e se relacionar com Ele tem como âmbito de vida, uma vida missional. A igreja deve viver e praticar a missão de Deus no mundo, primeiramente onde esta afixada, ou seja, ser missão em seu bairro e cidade, e no caso de alguns casos específicos irem até o país onde Deus tem chamado. Dentro deste ensino, destaca-se a teologia de que todos os Cristãos têm um chamado especifico, e dons específicos, esses ele deve usar para fazer missão onde ele estiver, para que a igreja não seja apenas mais um lugar de encontro, e sim um lugar onde a liderança se empenha em equipar seus membros à participarem da Missão de Deus no mundo.
A importância de uma boa teologia também ganha espaço nesta obra, onde o autor levanta a pergunta, “para que serve teologia?”, e ele mesmo responde explicando que a teologia é o reflexo de estudos, e pensamentos, porém que deve ter como princípio básico e central levar todos a um papel prático, e assim a teologia sai do seu padrão teórico e invade a pratica.
A teologia é de suma importância e é o que rege o sistema da igreja, entretanto entendo que a igreja deve sempre se avaliar para identificar se esta sendo pratica e relevante em sua sociedade, pois se a igreja não tem como base o alcançar pessoas para Cristo, ela se torna um clube, onde “crentes” se encontram para papiar sobre os resultados obtidos na semana.
A “grande comissão” descrita em Mateus 28:16-20 é um assunto que também tem muita importância no que se refere a missão, pois falar de missão é voltar a esse texto, Padilla o considera o “testamento” que Cristo deixou a sua igreja e “não pode reduzir-se a um “mandato evangelístico” que quer apenas enfatizar a pregação do evangelho no mundo todo” (PADILHA, 2009, p.32). E sendo assim Padilla levanta as principais questões deste texto que são:
-Somente a autoridade de Jesus provê a base para a missão.
-O mandato é para que os discípulos façam discípulos.
Diante disto como fazer a missão? Indo, batizando, e ensinando. Assim o discípulo entende que sua vida é missão, e na medida em que uma pessoa entende o chamado de Cristo para sua vida ela deve ser então batizada para que através deste rito ela se sinta um membro desta comunidade, mas mesmo assim ela ainda não esta pronta para caminhar sozinha, precisa de um ensino. Então a pessoa que apresentou a Jesus tem também este compromisso do ensino, para que então quando o discípulo estiver pronto poder fazer outros discípulos, e isto como um circulo.
Depois de uma base teórica o autor começa a mostrar a pratica dessa teoria, descrevendo sobre diversas maneiras em que o discípulo faz missão.
A falta de visão das igrejas, e a dificuldade em admitir seus erros, marcaram uma forte decadência nos conceitos de missão, o Pacto de Lausanne I e II veio para reconstruir os conceitos de missão, destacando que a ação social e a evangelização devem ser elementos essenciais da igreja.
Então a ação social deve se destacar, pois aquele que prega a Jesus deve também lutar pela inclusão social de pessoas marginalizadas por seu status. O primeiro passo é reconhecer nosso erro, reconhecer que muitos têm uma visão totalmente distorcida, e que a igreja mesmo que inconscientemente é por vezes muito mais exclusiva do que inclusiva. É preciso uma re-educação, pois muitos consideram distintas as relações entre falar de Cristo e viver o evangelho, sendo que o falar de Cristo é um reflexo de uma vida consagrada, e que hoje o evangelho necessita de menos palavras e mais amor.
Após uma regeneração de vida, o Cristão entende que necessita de uma comunidade, pessoas que tenham o mesmo sentimento e pensamento, para unir nossas forças e lutar juntos pelo Reino de Deus. Nesta comunidade a oração deve ser o centro da ação do povo, sem a oração o povo pode até fazer missão, porém corre o risco de fazer algo distinto da vontade de Deus, e sendo assim a igreja pode estar enganada, e achar que participa da Missão e do Reino de Deus, quando esta bem longe disso.
Bonhoeffer diz que, “Quando Cristo chama uma pessoa, ele a convida para vir e morrer”. O evangelho deve ter também como base a idéia de que viver para Cristo é morrer para si mesmo. Quando Cristo entra na vida de alguém a pessoa entende que agora tudo o que ela tem não é dela e sim de Cristo, passa a servir a Cristo com tudo o que tem, passa a lutar pelo direito do outro, se uni com outras igrejas, pois não tem como base o levar a sua Igreja e sim a Cristo. A única idéia de alguém concernente a missão integral é que este compreende a missão de Deus no mundo e agora vive para Cristo com todo o seu ser, em todos os seus dias, com seus atos, com suas palavras, e até mesmo o seu jeito de andar devem refletir a Cristo e tem como tese a restauração total do próximo, que antes era alguém deprimente mas agora é um discípulo, pela graça e amor de Deus Pai, através de Cristo, o salvador.
Opinião do autor
Este livro abriu muitos os meus olhos não só para o que devo ensinar, e principalmente como devo viver. Deu-me a oportunidade de repensar muitos conceitos, e também a capacidade de interagir com alguns textos bíblicos. Em suma um livro que transmite a visão do reino de Deus, e sendo assim seus conceitos deveriam ser ensinados e principalmente vividos por todos os membros, a começar na vida dos líderes de igrejas.
Mais do que recomendado!!!
Daniel M. Coelho
segunda-feira, 22 de março de 2010
Apenas mais uma reflexão.
Quando alguém pensa em escrever um artigo, o primeiro passo é: Delimitar os assuntos que serão tratados. A maioria dos meus textos são assim, primeiramente traço tópicos sobre o que quero tratar, e fico pensando durante o dia todo sobre este assunto, só depois então é que pego o PC e começo a escrever.
O que isso tem a ver com um artigo?
Eu não fiz nada disso, deveria estar estudando, mas estou aqui.
Gostaria de compartilhar com você rapidamente sobre a vida Cristã.
Como estudante de teologia penso muito sobre a Bíblia, estudo ela muitas vezes de forma cientifica, e algumas vezes até fico triste com ela, por que nem sempre ela me dá todas as respostas que quero!
Após algumas crises, choros, e vontade de desistir, eu descobri algo muito serio e básico, tanto que até mesmo uma criança é capaz de descobrir, e deve ser por isso que Jesus diz “Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus”.
Belas palavras não?
Ah... ainda não falei o que descobri...
-Bem, descobri que Deus não me deixou a Bíblia para que eu pudesse pegar um microfone e falar de tudo como um matemático faz em suas equações.
A Bíblia é muito mais do que isso, ela não me responde tudo o que quero, mas contém tudo que preciso para ter vida, e vida eterna.
O que isso tem a ver com a proposta, de falar sobre a vida Cristã?
A princípio nada, porém, penso ser esse é o principal motivo pelo qual os cristãos hoje não encontram prazer nas escrituras, e nem nos cultos. Se eu estiver errado me corrija, mas os nossos cultos, para alguns, são um tédio. Faça essa experiência, sente na ultima fileira um dia, e então observará que os bancos parecem ter um mecanismo de aquecimento, onde a partir de 1:30hs de culto a inquietação rola solta, alguns olham o celular procurando o resultado dos jogos, outros se preocupam com o Jornal, pior ainda os começam a falar sobre o BBB. O que mais me deixa “pensativo” é que esses que são os mais inquietos ganham também no quesito de críticos. São aqueles que quando não estão “viajando” observam tudo em busca de um erro para poderem então, acabar com o pastor, e melhor ainda se for o seminarista, aeuheua!
Por que o culto não tem sentido para alguns?
Penso que pelo fato da nossa tradição nos ensinar de que o culto é somente aos domingos das 19:30hs às 21:00hs. Sendo assim muitos fazem a dicotomia de culto e vida cristã, por isso não vivem nos dias semanais uma vida com Deus, não falam sobre a obra de Deus, não oram, não lêem a Bíblia, e quando lêem é tão somente para procurar alguma resposta, ou seja, não entendem que a Bíblia tem como finalidade a salvação e a santificação do crente!
Entre todos estes pensamentos dispersos, me lembrei também destas passagens: “Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim; e quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim”, e “Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me”.
Esses são os tipos de textos que não necessitam de explicação, e por isso termino aqui este “artigo”, que para alguns é totalmente desconexo, porém que tem pelo menos em sua conclusão algo totalmente claro.
Então meu amigo´a´, assim como eu você nunca entenderá a Bíblia por completo, e se procura entender ESQUEÇA... o meu conselho é: tome a sua cruz, e siga a Jesus!
Daniel M. Coelho.
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
Quem é Ele?
Do outro lado do mundo pessoas neste momento trabalham, algumas andam a beira-mar, outras preparam o café, mas o que elas têm em comum? O sol. O mesmo que a pouco esquentava as areias do Guarujá, que dia maravilhoso, mas será que amanhã ele voltará?
Como ter a certeza de que por volta das 06:00hs o sol raiará? Quem vai trazer ele de volta? O acaso? As leis naturais? Acredito muito nas ordens que regem o universo, mas o que me incomoda é que se elas existem, existem por que foram pensadas e concretizadas por alguém, mas quem? Quem poderia criar algo tão sublime? Quão poderoso Ele é.
É manhã, vejo o sol, ele esta lindo, dá brilho a todo o mar, quem trouxe ele de volta? Vejo muitas pessoas na praia, no fundo surfistas, todos eles esperam uma grande onda, mas por que elas não invadem a areia, quem cuida de tudo isto? Na areia, mulheres tomam sol, homens conversam sobre futebol, crianças fazem castelos, correm de um lado para o outro, entram na água, e na cadeira o olhar atencioso e preocupado de uma mãe amorosa. Ouço gritos “Volta que ai é perigoso!” “Já passou protetor?” “Quer coca, água, pastel, batata?”, amor de mãe realmente é algo especial, elas fazem de tudo por seus filhos, como é bom ter mãe! Mas como hoje estou questionando tudo, quem poderia criar um ser tão perfeito? Quem poderia criar um ser dotado de sabedoria, sentimentos, audição, visão, olfato, tato? Contendo todos os membros e órgãos totalmente entre ligados proporcionando uma vida perfeita! Quem é este mestre de obras perfeitas? Quão poderoso Ele é.
Quem Ele é talvez você não saiba, talvez saiba mas não admita toda a sua sabedoria, grandeza, poder, amor, e etc... Eu o chamo de Deus, a Ele toda a honra, glória, e louvor.
Brigado Deus.